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Em um mundo cada vez mais acelerado, em que os vínculos parecem se desfazer na mesma velocidade em que se formam, histórias de amizade verdadeira são como refúgios de afeto. E é para celebrar esse tipo de laço que se criou o Dia do Amigo, comemorado oficialmente em 20 de julho em países como o Brasil, Argentina e Uruguai.

A data foi sugerida pelo professor e psicólogo argentino Enrique Ernesto Febbraro, nos anos 1970, inspirado pela chegada do homem à Lua no dia 20 de julho de 1969. Para ele, aquele era um gesto de união entre os povos e, portanto, uma boa ocasião para exaltar a amizade como elo universal. Com o tempo, o dia se consolidou em diferentes países latino-americanos, ganhando homenagens, encontros, postagens e abraços.

Neste 20 de julho, quem também tem muitos motivos para comemorar são Ana Aparecida da Silva, Adriana Vilhalba, Cátia Regina Garcia e Marlene Cuella, quatro professoras que construíram, ao longo das últimas duas décadas, uma amizade tão sólida quanto rara, e que agora se prepara para dar mais um passo importante: a realização do sonho de viajarem juntas, apenas as quatro, para Arraial do Cabo (RJ), em outubro deste ano.

“Ah, são tantas experiências juntas que nós gostaríamos de repetir várias. Mas o nosso sonho de viajar só nós quatro é o melhor! Conseguiremos realizar agora em outubro”, conta Ana Aparecida da Silva.

Vinte e cinco anos de história, cuidado e companheirismo

A história começou há 25 anos, no início da carreira das amigas e colegas de profissão Ana (pedagoga), Adriana (professora de artes) e Cátia (professora de educação física). Marlene, também pedagoga, chegou no grupo há cerca de 13 anos. Todas se conheceram no ambiente escolar, no dia a dia da sala dos professores, das reuniões pedagógicas e dos desafios comuns de quem está começando uma carreira.

“O que nos aproximou foi o momento mesmo: início de carreira, uma precisava do apoio da outra”, relembra Ana. “Somos muito diferentes uma da outra. Mas algo maior nos uniu”.

Desde então, a amizade só cresceu, atravessando momentos marcantes como nascimentos e formaturas dos filhos, conquistas pessoais e profissionais, como a compra da casa própria, a aprovação em concursos públicos e, para algumas, a aposentadoria.

Mas as amigas sempre estiveram juntas também nos momentos difíceis que marcaram essa trajetória: divórcios, problemas de saúde, dificuldades financeiras e, mais recentemente, o acidente de Ana, que a deixou dependente de cuidados básicos. “Se não fosse essas meninas, nem sei o que seria de mim, precisei de cuidados como banho, ajuda para vestir, comer, levar ao médico. Enfim, nossa amizade é uma bênção”.

Palhaças, centradas, paqueradoras e principalmente inseparáveis

Hoje, elas se consideram irmãs, cada uma com seu jeito. “Nosso grupo tem a centrada, a palhaça, a que paquera todos”, brinca Ana. Diferente, mas unidas por algo maior do que os rótulos: o amor e o respeito.

“Nós estudamos, trabalhamos, somos concursadas, não dependemos de ninguém. Donas da nossa vida”, diz com orgulho. “O que mais admiramos umas nas outras é a nossa força de superar todas as dificuldades. Somos mulheres fortes, empoderadas, vencedoras”.

As quatro fazem questão de manter os encontros frequentes. Pelo menos uma vez por mês, seja para um café, um vinho, um jantar ou uma simples conversa. “Já ficamos algum tempo sem nos ver e isso era muito ruim: rotinas complicadas, esposos, filhos, compromissos. Mas já tem uns anos que nos reconectamos e não deixamos mais que nada nos afaste”.

Ana acredita que a amizade mudou e amadureceu com o tempo, mas nunca se desgastou. “Que eu me lembre, nunca discutimos ou brigamos, mesmo sabendo que em algum momento discordamos de atitudes e pensamentos umas das outras. Mas o respeito e amor ao outro fala mais alto”.

Para ela, o segredo de uma amizade duradoura está no afeto real. “Amizade verdadeira é aquela que você diz: essa pessoa significa mais do que alguém da minha família. É quando a gente esquece os defeitos do outro e o ama daquele jeitinho dela”.

Na era da conexão digital e da superficialidade dos laços, Ana deixa um conselho. “Hoje esse tipo de amizade está cada vez mais rara, tudo é muito inconstante, as pessoas não criam vínculos afetivos, eu observo e meu conselho é: mantenha no mínimo um amigo verdadeiro, aquele que você pode confiar de verdade, te empresta dinheiro, confia em você e a recíproca é verdadeira, que está ao teu lado não só nas festas, mas quando você mais precisar”.

No grupo, a fé também tem lugar especial. “Coloque Deus na sua amizade, seja companheiro. Minhas sisters sabem que sou a doida do grupo, mas estou ali para o que precisarem”, diz Ana.

No fim das contas, o que define a amizade entre essas quatro mulheres é uma palavra simples, mas poderosa: “amor”, resume Ana. “Hoje, quando nos apresentamos, eu digo: são minhas amigas, irmãs, para a vida toda”.

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