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Especialista explica impactos da transição e reforça importância de adaptação gradual ao novo modelo tributário

O Brasil se prepara para iniciar a fase decisiva da Reforma Tributária, que começa a entrar em vigor em 2026 e vai alterar a forma como empresas e consumidores lidam com impostos. A mudança marca o início de um processo que é considerado por especialistas como o mais amplo no sistema tributário brasileiro em décadas.

A reforma foi aprovada em 2023 e prevê a substituição de tributos como o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o Imposto Sobre Serviços (ISS) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por um modelo unificado baseado no imposto sobre valor agregado. 

A transição ocorrerá de forma gradual até 2032, período em que o país adotará um sistema estruturado em dois novos impostos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de âmbito federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), dividido entre estados e municípios. A proposta busca simplificar regras, reduzir a fragmentação entre legislações estaduais e municipais e tornar mais transparente o valor pago em cada etapa da cadeia produtiva.

Com a proximidade das mudanças e a necessidade de adaptação por parte das empresas, o tema ganhou espaço na palestra realizada ontem, quinta-feira (13), no Senac Hub Academy. O encontro, “Reforma Tributária: o que está prestes a acontecer e como preparar sua empresa para o novo cenário”, foi conduzido pela contadora Adriana Paula Cândido, que apresentou os principais pontos da transição e orientações para que o setor produtivo enfrente o novo modelo tributário sem surpresas.

Contadora Adriana Paula Cândido explica os impactos da reforma tributária durante sua palestra no Senac Hub Academy

Segundo Adriana, a importância desse debate está na preparação antecipada das empresas. Ela afirma que muitos empresários ainda desconhecem o impacto real da reforma e podem ser surpreendidos caso não atualizem seus processos internos. “É de extrema importância que os empresários saibam o que essa reforma tributária está trazendo e que consigam organizar as empresas para que elas não venham a sofrer descontroladamente. Então é importante essa organização, esse conhecimento, esses ajustes e principalmente ter um profissional contábil, parceiro que esteja ali auxiliando os empresários”, aconselha Adriana.

A contadora destaca que o período de transição pode parecer longo, mas foi criado justamente porque o volume de mudanças é amplo. A reforma começará a ser aplicada em 2026 e será concluída em 2032, e Adriana explica que esse intervalo deve ser usado para adaptação, revisão de procedimentos e reestruturação tributária.

A circulação de notícias falsas sobre a reforma tributária também chamou atenção ao longo do debate. Informações distorcidas e análises imprecisas podem criar receio entre empresários e consumidores e contribuir para interpretações equivocadas sobre o que, de fato, será implementado.  “Então, antes dos empresários ou a população criarem aquele clima de terror ou de medo, eles devem realmente procurar informações a tempo e colocar em prática. Para se adaptarem com mudanças válidas e verdadeiras e não essas fake news por aí”, argumenta. 

Em relação aos impactos econômicos, a contadora explica que a reforma não tem como objetivo reduzir impostos e, em alguns casos, a carga tributária pode aumentar. Apesar disso, ela afirma que o novo sistema oferece benefícios e mecanismos de compensação que podem ser aproveitados por empresas bem orientadas. A falta de conhecimento sobre esses pontos, segundo a contadora, tende a gerar dificuldades para quem não se adaptar.

Para ela, a unificação do modelo tributário pode diminuir a burocracia ao substituir milhares de normas municipais, estaduais e federais por um sistema mais simples. Esse avanço tende a tornar o ambiente de negócios mais claro ao longo dos próximos anos. “O sistema tributário brasileiro são mais de 26 estados, mais de 5.500 municípios e cada um ali, regido com a sua lei, com o seu decreto, agora vai unificar tudo e vai ser apenas um novo formato de tributação. Então assim, no mundo perfeito, a reforma tributária vai ser ótima, mas aí a gente tem agora 7 a 8 anos para ver se esse sistema realmente vai funcionar”, explica a contadora.

Para uma adaptação mais tranquila ao novo sistema, Adriana aconselha que as empresas busquem orientação profissional especializada. Ela destaca que contadores e advogados tributaristas terão papel decisivo durante a transição, já que as próximas decisões podem influenciar diretamente os custos e o planejamento financeiro de cada negócio.

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