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Doença inflamatória crônica afeta pele, articulações e saúde emocional; médicos reforçam importância do tratamento integrado e da informação correta

A psoríase, doença inflamatória crônica de origem autoimune, ainda é cercada de estigmas e desinformação, o que agrava os impactos físicos e emocionais sobre os pacientes. De acordo com dermatologistas do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”), o diagnóstico precoce é essencial para controlar os sintomas, evitar complicações sistêmicas e reduzir o preconceito social que cerca a condição.

Segundo estudo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), realizado em 2024, a psoríase foi o segundo diagnóstico mais frequente nos atendimentos dermatológicos do país, representando 7,1% dos casos. A maior incidência foi observada entre pessoas de 25 a 59 anos, especialmente em consultas de retorno.

A doença acelera o ciclo de renovação das células da pele, causando o acúmulo de placas avermelhadas, espessas e descamativas, que provocam coceira e desconforto. Embora não seja contagiosa, pode estar associada a artrite psoriásica, doenças cardiovasculares e síndrome metabólica. As formas mais comuns incluem psoríase em placas, gutata, invertida, pustulosa e eritrodérmica.

De acordo com a dermatologista Ana Carolina Mitri, do AME Carapicuíba, unidade gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o diagnóstico rápido faz diferença no controle da doença. “Esse estigma afeta diretamente a autoestima, a vida social e o desempenho profissional, gerando vergonha, autocrítica, ansiedade, insegurança e dificuldades em relacionamentos e no trabalho”, afirma.

Os primeiros sinais podem se manifestar por manchas ou placas avermelhadas, descamação prateada, coceira, ressecamento e alterações nas unhas. Fatores como estresse, uso de medicamentos, traumas na pele, álcool, tabagismo, obesidade e mudanças climáticas também podem agravar o quadro.

O diagnóstico é clínico, feito a partir da observação da pele, couro cabeludo e unhas, além do histórico familiar e de fatores desencadeantes. Exames laboratoriais ou de imagem podem complementar a análise. Escalas específicas, como PASI e DLQI, medem a gravidade e o impacto na qualidade de vida.

Segundo a dermatologista Luciana Mazzutti, também do CEJAM, os avanços terapêuticos têm melhorado significativamente o controle da doença. “Avanços recentes, como bimekisumabe e icotrokinra, ampliam a eficácia e a acessibilidade dos tratamentos. Hoje, muitos pacientes conseguem atingir a pele completamente limpa (PASI 100) ou quase limpa (PASI 90), mantendo remissão sustentada e melhorando significativamente a qualidade de vida”, explica.

O tratamento pode incluir pomadas e cremes com corticoides e análogos da vitamina D, fototerapia, medicamentos sistêmicos e terapias imunobiológicas, dependendo da gravidade dos sintomas e da resposta do paciente.

Apesar dos avanços médicos, o preconceito ainda é um obstáculo. “Alguns ainda veem a psoríase apenas como um problema estético, mas ela é uma doença inflamatória sistêmica e crônica, que afeta a pele, articulações e órgãos, além de provocar impactos psicológicos, como baixa autoestima, ansiedade e depressão”, ressaltam as especialistas.

As médicas reforçam que o tratamento deve ser integrado, combinando cuidados dermatológicos, apoio psicológico e hábitos saudáveis. “Por isso, o tratamento precisa ser integrado, combinando cuidados médicos, apoio psicológico, hábitos saudáveis e estratégias para reduzir o estigma, garantindo melhor qualidade de vida aos pacientes”, finalizam.

Foto: Freepik

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