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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou pela quinta vez consecutiva a taxa básica de juros, a Selic, que passou de 13,25% para 14,25% ao ano. O novo patamar representa o maior nível desde 2016 e gera impactos diretos na economia, encarecendo crédito e investimentos.

PhD em Economia, Michel Constantino (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

De acordo com o economista Michel Constantino, o aumento da taxa básica de juros reflete diretamente no bolso dos brasileiros. “O impacto é grande porque encarece financiamentos, como os de automóveis e imóveis, além de empréstimos e do crédito no cartão. Isso reduz o poder de compra da população e inibe novos investimentos por parte das empresas”, afirmou.

Além de dificultar o acesso ao crédito para consumidores e empresas, a alta da Selic também impacta as contas públicas. “Com os juros mais altos, o governo paga mais para rolar sua dívida, o que gera um custo adicional significativo”, completou o especialista.

A decisão do Copom busca conter a inflação, que tem pressionado os preços e reduzido o poder aquisitivo da população. No entanto, segundo Constantino, apenas a elevação da Selic pode não ser suficiente para controlar o cenário inflacionário. “O aumento da taxa de juros é um sintoma, não a causa do problema. A inflação decorre de uma expansão monetária que vem desde 2023. Para conter essa alta de preços, é preciso reduzir gastos do governo e controlar essa expansão”, explicou.

A decisão do Copom segue a tendência de outros bancos centrais ao redor do mundo, que vêm elevando os juros para conter a inflação global. O Banco Central brasileiro, no entanto, enfrenta o desafio de equilibrar o combate à inflação sem comprometer o crescimento econômico, que pode ser freado pelo encarecimento do crédito.

O economista explica que as expectativas são negativas, pois a longo prazo o custo de adquirir um novo bem, será maior, com isso, é recomendado a cautela do consumidor ao assumir novos financiamentos. “A curto prazo a gente tem já uma expectativa negativa, porque as pessoas começam a avaliar se vão comprar aquele imóvel, se vão fazer aquele financiamento, e no longo prazo isso tem um custo maior, porque além de aumentar os juros, aumenta também os custos ligados ao governo”, conclui.

Os setores de transporte, propriedades comerciais e agronegócio devem ser os mais afetados pela elevação das taxas de juros, após mais um aumento de 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. A avaliação é de um relatório da Íntegra Associados com base em informações públicas.

Segundo o documento, com a projeção da Selic a 15% até o final do ano divulgado pelo último boletim Focus, o custo do crédito se torna um obstáculo significativo para empresas e consumidores.

Veja lista completa de setores que devem ser afetados pela alta dos juros:

  • Transportes;
  • Propriedades comerciais;
  • Agronegócios;
  • Saúde;
  • Aviação;
  • Varejo;
  • Construção Civil.

Texto da redação com informações da CNN
Foto de capa: Rafa Neddermeyer

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