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O Pantanal foi o bioma que mais reduziu o desmatamento no Brasil em 2024, com queda de 58,6% em relação ao ano anterior. O dado integra o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD), lançado nesta quarta-feira (14) pelo projeto MapBiomas.

Na comparação com 2023, a área total desmatada no país caiu 32,4%, e os alertas de desmatamento, 26,9%. Foram desmatados 1.242.079 hectares em todo o território nacional, com o registro de 60.983 alertas.

Além do Pantanal, os biomas que mais contribuíram para essa redução foram o Pampa (queda de 42,1%) e o Cerrado (41,2%). Em seguida, aparecem a Amazônia (16,8%) e a Caatinga (13,4%). A única exceção foi a Mata Atlântica, que registrou aumento de 2% na área desmatada.

Veja o percentual de variação do desmatamento por bioma em 2024:

  • Pantanal: -58,6%
  • Pampa: -42,1%
  • Cerrado: -41,2%
  • Amazônia: -16,8%
  • Caatinga: -13,4%
  • Mata Atlântica: +2%

A maior parte da área desmatada no país se concentra em dois biomas: Amazônia e Cerrado, que juntos representaram mais de 89% do total. As formações savânicas foram as mais atingidas, respondendo por 52,4% do desmatamento; já as formações florestais representaram 43,7%.

Segundo Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas, o aumento do desmatamento na Mata Atlântica está relacionado a eventos climáticos extremos. “Se não fossem os desmatamentos provocados por esses eventos, a queda total teria sido 20% maior”, afirma.

Ritmo de destruição

A média diária de desmatamento no Brasil em 2024 foi de 3.403 hectares — o equivalente a 141,8 hectares por hora. O dia com maior perda de vegetação nativa foi 21 de junho, com 3.542 hectares desmatados em 24 horas. No Cerrado, a média foi de 1.786 hectares por dia, a maior entre os biomas.

Razões para a queda

O relatório aponta três fatores que podem ter contribuído para a redução geral do desmatamento:

  1. Elaboração de planos específicos de combate ao desmatamento para todos os biomas.
  2. Maior participação dos governos estaduais nas ações de fiscalização, como embargos e autuações, em parceria com o Ibama.
  3. Ampliação do uso de dados do MapBiomas na concessão de crédito rural, o que aumenta a pressão para que propriedades estejam regulares ambientalmente.

Apesar da redução, o Cerrado continua sendo o bioma com maior área desmatada no país. Foram mais de 652 mil hectares perdidos em 2024.

Segundo Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, essa inversão em relação à Amazônia se consolidou. “Historicamente, o desmatamento sempre foi maior na Amazônia. Em 2023, o Cerrado superou pela primeira vez. Agora, mesmo com queda nos dois biomas, o Cerrado segue à frente”, explica.

Com informações da Agência Brasil
Foto: Wagner Guimarães

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