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As hepatites virais continuam a representar uma ameaça silenciosa à saúde pública no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2023 foram registrados 785.571 casos confirmados da doença e cerca de 90 mil mortes associadas a complicações hepáticas decorrentes da infecção. Para ampliar a conscientização sobre o tema, o país realiza em julho a campanha nacional Julho Amarelo, voltada à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das hepatites.

As hepatites virais são infecções que atingem o fígado e, na maioria dos casos, evoluem de forma assintomática, dificultando o diagnóstico precoce. A ausência de sintomas durante anos faz com que muitos pacientes descubram a doença apenas em estágios avançados, quando já há comprometimento hepático importante.

Os tipos mais comuns são as hepatites A, B, C, D e E. As formas A e E são geralmente transmitidas por meio do consumo de água ou alimentos contaminados, enquanto as hepatites B, C e D são contraídas por contato com sangue infectado, relações sexuais desprotegidas e o uso compartilhado de objetos cortantes ou perfurantes, como seringas, alicates de unha ou lâminas de barbear.

Entre as estratégias de prevenção, estão disponíveis vacinas para os tipos A e B, amplamente ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além da imunização, especialistas recomendam o uso de preservativos, a não partilha de objetos de uso pessoal e a exigência de esterilização de instrumentos em procedimentos invasivos, como tatuagens e piercings.

A testagem precoce é considerada uma das ferramentas mais eficazes no combate às hepatites virais. Exames laboratoriais ou testes rápidos podem identificar o vírus ou seus marcadores no organismo, viabilizando o início do tratamento antes do aparecimento de sintomas graves. A recomendação de testagem varia conforme o perfil de risco. Grupos vulneráveis, como pessoas com infecções sexualmente transmissíveis, imunossuprimidos ou que mantêm relações sexuais desprotegidas, devem realizar exames com maior frequência.

O tratamento varia conforme o tipo de hepatite. As infecções causadas pelos vírus A e E geralmente têm evolução benigna, com recuperação espontânea. Já os casos de hepatite B podem exigir uso contínuo de antivirais, especialmente quando evoluem para formas crônicas. A hepatite C, por sua vez, tem altas taxas de cura, superiores a 95%, com os medicamentos antivirais de ação direta, atualmente disponíveis na rede pública de saúde.

O Julho Amarelo integra o calendário oficial de campanhas do Ministério da Saúde desde 2015 e visa ampliar o acesso da população a informações e serviços de saúde. Durante o mês, unidades de saúde de todo o país realizam ações educativas, testagens e intensificam a oferta de vacinas. A campanha também reforça o compromisso do Brasil com a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar as hepatites virais como problema de saúde pública até 2030.

Foto: Freepik

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