Especialista destaca a importância do diagnóstico precoce e da diferenciação entre alergia e intolerância alimentar
Celebrado nesta segunda-feira (8), o Dia Mundial da Alergia chama a atenção para a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado das alergias alimentares, que podem afetar pessoas de todas as idades e provocar desde sintomas leves até reações graves, como choque anafilático. Entre os principais vilões estão o leite de vaca, o glúten e os frutos do mar.
Segundo a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Ciliane Belloni, muitas pessoas convivem por anos com reações adversas sem associá-las à alimentação. “A alergia alimentar ocorre quando o sistema imunológico identifica uma proteína presente no alimento como uma ameaça. Essa reação pode gerar sintomas variados, desde coceira e dor abdominal até dificuldade respiratória”, explica.
Leite de vaca
A alergia ao leite de vaca é uma das mais comuns na infância, mas também pode se manifestar em adultos. Os principais sinais são diarreia, cólicas, refluxo, erupções cutâneas e inchaço nos lábios ou olhos. A especialista alerta que a condição não deve ser confundida com intolerância à lactose, que se refere à dificuldade de digestão do açúcar do leite, e não a uma resposta alérgica do organismo.
Glúten
Diferente da doença celíaca, que é uma condição autoimune, a alergia ao glúten provoca reações do sistema imunológico que podem surgir imediatamente após o consumo. Os sintomas incluem urticária, dor abdominal, náusea, inchaço e, em casos extremos, anafilaxia — uma reação potencialmente fatal que requer atendimento médico imediato.
Frutos do mar
Crustáceos e moluscos, como camarão, lula e polvo, são os principais causadores de reações alérgicas entre os frutos do mar. Os sintomas costumam surgir rapidamente e incluem vermelhidão, formigamento na boca, dificuldade para respirar e enjoo. Em situações mais graves, a ingestão pode provocar choque anafilático.
A especialista destaca que é preciso atenção até mesmo à contaminação cruzada em ambientes como restaurantes. “Uma pequena quantidade do alérgeno já pode desencadear uma reação intensa em pessoas sensibilizadas”, afirma.
Diagnóstico e cuidados
O diagnóstico da alergia alimentar deve ser feito por um alergista, com base em testes clínicos e laboratoriais. Após a confirmação, o tratamento inclui a dieta de exclusão, com orientação nutricional, e, em casos mais severos, a prescrição de medicamentos de emergência, como adrenalina injetável.
“Viver com alergia é possível, desde que haja conhecimento, responsabilidade e suporte médico adequado”, conclui Ciliane.
No Dia Mundial da Alergia, a recomendação é que a população observe os sinais do corpo, evite a automedicação e procure informações de fontes confiáveis. A prevenção e o acompanhamento profissional são essenciais para garantir qualidade de vida aos pacientes.
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