Após mais de 30 horas de obstrução por parlamentares bolsonaristas, a Câmara dos Deputados voltou aos trabalhos na noite de terça-feira (6), em meio a empurrões e acusações entre parlamentares da base governista e da oposição. A confusão ocorreu logo após o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), conseguir retomar o assento da presidência.
Durante a dispersão no plenário, uma cena envolvendo a deputada sul-mato-grossense Camila Jara (PT) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) repercutiu nas redes sociais. Em vídeo que circula na internet, o parlamentar aparece caindo após uma movimentação no momento em que Hugo Motta se levanta da cadeira. Camila estava posicionada ao lado de Nikolas no instante da queda.
Na manhã desta quarta-feira (7), ao desembarcar em Campo Grande, Camila Jara falou com a imprensa e afirmou que houve um empurra-empurra no plenário, iniciado por provocações de parlamentares da oposição. Segundo a deputada, Nikolas teria lhe dado uma cotovelada momentos antes da queda.
“Eu me posicionei do lado do Hugo e começaram as provocações de baixo, de cima, e começou o empurra-empurra. E na hora que estava todo mundo aplaudindo, naquele empurra-empurra, o Nikolas me deu uma cotovelada, e aí eu empurrei ele de volta. Eu acho que ele desequilibrou na hora que o Hugo levantou com a cadeira e foi isso que aconteceu”, relatou a petista.
No mesmo voo para Campo Grande estava o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), aliado de Nikolas e integrante da oposição ao governo. Ele afirmou que a cena foi mais grave do que um simples empurrão e acusou a deputada de agredir Nikolas Ferreira com um soco nas partes íntimas.
“O partido, pelo líder Sostenes Cavalcante (PL-RJ), vai protocolar um pedido de ética, mas ele não caiu. Ele tomou um murro no saco. A Camila deu um murro no saco dele. Foi o que ele falou pra nós ontem à noite”, disse Nogueira.
O caso ocorre em meio à tensão no Congresso Nacional após o decreto de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que motivou manifestações e ocupação do plenário por deputados da oposição.
