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Apesar de ser um dos métodos contraceptivos mais eficazes e duradouros disponíveis atualmente, o DIU (Dispositivo Intrauterino) ainda é cercado de desinformação e preconceitos. De uso crescente entre mulheres brasileiras, o método é seguro, reversível e acessível pelo SUS. No entanto, mitos persistem e podem dificultar o acesso ou a escolha consciente.

O DIU é um pequeno objeto em formato de “T” inserido no útero com o objetivo de impedir a gravidez. Existem versões hormonais e não hormonais. Sua eficácia é superior à de outros métodos, como a pílula anticoncepcional ou o preservativo, desde que usado corretamente.

Para esclarecer as principais dúvidas sobre o uso do DIU, a ginecologista Carla Cooper, parceira da DKT South America, organização voltada à promoção da saúde sexual e reprodutiva, listou os 10 mitos e verdades mais comuns sobre o dispositivo.

Mito: DIU é só para quem já teve filhos

De acordo com a médica, esse é um dos equívocos mais frequentes. “O DIU pode ser usado por mulheres que nunca engravidaram. O mais importante é a avaliação médica individual para verificar se o método é indicado ao perfil da paciente”, afirma.

Mito: DIU causa infertilidade

A especialista também esclarece que não há evidências científicas que comprovem a associação entre o uso do DIU e a infertilidade. “A fertilidade é retomada imediatamente após a retirada do dispositivo”.

Verdade: há modelos com e sem hormônio

Atualmente, há dois tipos principais de DIU no Brasil: o de cobre, que não contém hormônio, e o hormonal, que libera progestagênio. Ambos têm eficácia superior a 99%.

Mito: DIU aumenta risco de infecção

Segundo a ginecologista, o risco de infecção existe, mas é raro e geralmente restrito às primeiras semanas após a inserção. “Quando o procedimento é realizado por profissional capacitado, em ambiente limpo e com avaliação ginecológica prévia, esse risco é bastante reduzido”, afirma.

Verdade: pode haver deslocamento

O deslocamento do DIU dentro do útero pode ocorrer, especialmente nos primeiros meses após a inserção. A médica recomenda consultas de acompanhamento para verificar a posição correta do dispositivo.

Verdade: pode haver deslocamento

“O DIU de cobre pode aumentar o sangramento menstrual, então não é o mais indicado para mulheres com fluxo muito intenso. Nestes casos, o modelo hormonal costuma ser mais adequado”, explica.

Verdade: pode ser usado como contraceptivo de emergência

Pouco conhecida, essa função do DIU pode ser crucial em situações de emergência. “O DIU de cobre ou de cobre com prata pode ser inserido em até cinco dias após uma relação sexual desprotegida, com eficácia superior a 99%”, diz a especialista.

Mito: interfere no prazer sexual

“Isso é um mito. O DIU permanece dentro do útero e não interfere nas sensações durante o ato sexual”, afirma Cooper. O dispositivo também não deve ser sentido pelo parceiro.

Mito: método permanente

Apesar da longa duração, podendo permanecer ativo por até 10 anos, dependendo do modelo, o DIU é totalmente reversível e pode ser retirado a qualquer momento.

Verdade: o SUS oferece DIU gratuitamente

O DIU de cobre é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e pode ser inserido em unidades básicas de saúde. “Esse acesso é um direito das mulheres brasileiras e precisa ser mais divulgado”, finaliza a ginecologista.

Para especialistas, o acesso à informação confiável sobre métodos contraceptivos é fundamental para ampliar o planejamento reprodutivo e garantir autonomia às mulheres. “Ainda há muito tabu envolvendo o corpo feminino. Falar abertamente sobre contracepção é essencial para decisões conscientes e saudáveis”, reforça Cooper.

Em Campo Grande, o DIU pode ser encontrado gratuitamente em 26 Unidades de Saúde da Família (USFs). Para ter acesso ao DIU pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a paciente deve procurar a USF de referência da região onde mora e manifestar o interesse no método.

Algumas unidades oferecem grupos de planejamento reprodutivo, que incluem orientações e a própria inserção do dispositivo. Caso o local não realize o procedimento, a paciente será encaminhada para um serviço da rede especializada, onde poderá dar continuidade ao atendimento e acompanhamento.

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