As famílias brasileiras nunca destinaram tanto da renda ao pagamento de juros. Segundo o Banco Central, em maio, essa fatia chegou a 9,86%, o maior nível da série histórica iniciada em 2005.
No total, 27,8% da renda das famílias é comprometida com dívidas e juros. Mais de um terço desse valor corresponde apenas aos encargos, quase o triplo da média de países desenvolvidos.
Para efeito de comparação, nos EUA esse peso é de 8% e no Japão, 7,8%. Ou seja, o brasileiro paga mais caro para dever menos.

O contraste aparece no crédito imobiliário, que responde por só 2,1% da renda comprometida, reflexo de taxas menores e acesso restrito. O restante, quase 26%, utiliza modalidades de pagamento mais caras, como cartão de crédito e empréstimos pessoais.
Em junho, a taxa média do crédito pessoal atingiu 58,3% ao ano, o maior nível desde maio de 2023. Paralelamente, o saldo de crédito com recursos livres — sem incluir o imobiliário — saltou 23,4% em 2 anos, ampliando o peso da dívida.
Enquanto os gastos com juros avançaram 20,5% em 2024, a renda anual das famílias cresceu apenas 3,2%.
Informações do The News
Foto de capa: José Cruz/Agência Brasil