Empresas e instituições brasileiras destinaram mais de R$ 6,2 bilhões para ações de impacto social em 2024, segundo a 18ª edição do Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) 2025, pesquisa da Comunitas. O valor representa um aumento de 19,4% em relação ao ano anterior. O crescimento ocorreu principalmente pelos recursos próprios das empresas, que chegaram a R$ 4,79 bilhões, alta de 35%. Os recursos incentivados, ligados a benefícios fiscais, somaram R$ 1,42 bilhão.
De acordo com a pesquisa, educação e cultura recebem a maior parte dos investimentos. A inclusão produtiva, voltada à qualificação profissional, também ganhou espaço, e mostra o interesse das empresas em preparar a mão de obra para as demandas do mercado. “A inteligência social da empresa pode responder à necessidade de qualificação, que é uma dor social dos negócios”, disse a diretora de investimento social da Comunitas, Patrícia Loyola. Segundo ela, ações voltadas para emergências climáticas e humanitárias se tornaram prioridade em 2024, com foco na prevenção e adaptação às mudanças climáticas.
A pesquisa mostra diferenças entre os setores econômicos. A indústria concentra esforços em várias áreas, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, enquanto o setor de serviços foca principalmente em educação. Nos últimos anos, a atuação da indústria tem crescido, o que tende a aumentar a diversificação dos investimentos no país.
Os jovens permanecem como público prioritário, com a economia cada vez mais digital, é preciso que eles recebam formação e capacitação para atender às novas demandas das empresas. O estudo também apontou o aumento do co-investimento, quando empresas se unem a outras instituições para ampliar o impacto de suas ações sociais. “As empresas entenderam que, sozinhas, não conseguem resolver o tamanho do problema. Estão se aliando para potencializar os resultados”, afirmou Loyola.
O levantamento analisou 337 unidades de negócios e 22 institutos e fundações corporativas, trazendo informações sobre volumes de investimento, fontes de financiamento, setores econômicos e distribuição por temáticas sociais.
Foto de capa: Agência Brasil