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Homens a partir dos 50 anos devem fazer acompanhamento anual para detectar a doença precocemente

O câncer de próstata, que atinge principalmente homens a partir dos 50 anos, pode ter até 98% de chance de cura quando diagnosticado no início, segundo Gilberto Laurino Almeida, supervisor de robótica do Departamento de Terapia Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O especialista alerta que o sucesso do tratamento depende do estágio da doença e do momento em que o paciente é atendido. “No início, a chance de cura é alta. Em estágios avançados, é menor”, argumenta.

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país deve registrar 71.730 novos casos em 2025. Em Mato Grosso do Sul, a estimativa é de 1.230 casos por ano, sendo cerca de 420 na capital, Campo Grande. Esses números foram divulgados pelo INCA em 2022 e são usados para orientar políticas públicas e campanhas de prevenção.

A detecção precoce é fundamental, pois muitos casos iniciais não apresentam sintomas. Almeida explica que a prevenção envolve consultas regulares ao urologista, pelo menos uma vez ao ano, especialmente a partir dos 50 anos ou em casos com histórico familiar. Entre 85% e 90% dos casos são esporádicos, ou seja, não têm origem genética. “Procurar o médico antes de o câncer se desenvolver plenamente é a forma mais eficaz de garantir cura”, enfatiza o especialista.

A cirurgia robótica é a técnica mais utilizada para a retirada de tumores da próstata, e oferece maior precisão e visão 3D ampliada, além de reduzir o tempo de recuperação. O Ministério da Saúde incorporou recentemente a prostatectomia radical assistida por robô no Sistema Único de Saúde (SUS) para pacientes com câncer clinicamente avançado. Almeida alerta, no entanto, que a implementação enfrenta desafios, como a escassez de equipamentos e a necessidade de treinamento especializado. “Há uma lacuna entre a aprovação e a oferta efetiva da tecnologia. Nem todos os hospitais terão acesso imediato”, explica.

Embora a cirurgia robótica se assemelhe à laparoscopia, ela permite movimentos mais precisos do cirurgião, enquanto a cirurgia endoscópica é usada em casos sem câncer. Para pacientes com tumores localizados, a estimativa de cura chega a 98%, reforçando a importância de buscar atendimento médico o quanto antes. Almeida conclui destacando que a conscientização é a chave para a prevenção. “A detecção precoce salva vidas. O homem precisa se engajar na própria saúde”, destaca Almeida.

Foto de capa:  Paulo Pinto/Agência Brasil

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