Apesar de ser frequentemente apontado como vilão das dietas, o carboidrato é considerado um nutriente fundamental para o equilíbrio alimentar e o bom funcionamento do organismo. Nutricionistas afirmam que a eliminação completa desse grupo pode trazer prejuízos à saúde e reforçam que o problema está mais no desequilíbrio geral da dieta e no sedentarismo do que em um nutriente isolado.
Segundo a nutricionista Bianca Naves, embaixadora da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães Industrializados (Abimapi), o ganho de peso está relacionado ao excesso calórico total, não apenas ao consumo de carboidratos. Ela destaca que a recomendação para adultos é que o nutriente representa entre 45% e 65% do valor energético total da dieta, conforme orientações de órgãos internacionais de saúde.
Dados do Ministério da Saúde, obtidos pelo sistema Vigitel, mostram que apenas um em cada quatro adultos no país consome a quantidade recomendada de frutas e hortaliças por dia. No mesmo período, a taxa de obesidade subiu de 12,5% em 2006 para 21,9% em 2023. Para Bianca, o cenário indica que o padrão alimentar geral e o sedentarismo têm mais impacto sobre o peso do que o consumo de alimentos específicos.
Alimentos como pães e massas podem integrar dietas equilibradas, especialmente quando consumidos nas versões integrais ou fortificadas. “Esses produtos fornecem energia, vitaminas, minerais e fibras, que ajudam na saciedade e no controle glicêmico”, afirma a nutricionista. As fibras também têm papel importante na saúde intestinal, por nutrir bactérias benéficas e contribuírem para o equilíbrio da microbiota.
Para compor refeições mais completas, a recomendação da nutricionista é associar carboidratos com proteínas magras e vegetais, por exemplo, macarrão integral com legumes e frango desfiado, ou pão integral com ovos e saladas.
O tema foi debatido durante evento do projeto Comer Com Ciência, iniciativa do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, com apoio da Abimapi. O programa busca ampliar o acesso a informações técnico-científicas sobre alimentação e combater a desinformação nutricional.



















