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O segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, que ocorre neste domingo (16), mobiliza mais de 3,9 milhões de estudantes em todo o país. A etapa, focada em Ciências da Natureza e Matemática, costuma ser considerada a mais exaustiva pelos candidatos, não apenas pelo volume de cálculos, mas pelo desgaste emocional acumulado após semanas de preparação intensa.

Nos dias que antecedem a prova, o clima dentro e fora das salas de aula costuma mudar. Muitos estudantes passam a lidar com um misto de ansiedade, expectativa e cansaço. É neste cenário que o componente psicológico ganha força, às vezes mais do que o próprio conteúdo. Especialistas apontam que candidatos que conseguem controlar a ansiedade e organizar o tempo têm maior probabilidade de alcançar boas notas em provas longas e interdisciplinares.

O professor de matemática Luis Pasqualotto, que acompanha estudantes pré-Enem há quase uma década, reforça que o maior risco do segundo dia está na má gestão das horas disponíveis. “O tempo de prova é uma coisa muito importante, há muito, muito cuidado pra você não se perder nele”, afirma. Ele explica que, antes de abrir o caderno, o estudante precisa ter clareza sobre os pesos das matérias no curso desejado, um detalhe que pode mudar completamente a estratégia.

Segundo o professor, compreender o próprio objetivo é o primeiro passo para saber onde investir energia. “Se a faculdade que eu quero dá mais peso para Ciências da Natureza, eu dedico mais tempo para essa área. Já se o curso privilegia Matemática, eu preciso concentrar minha energia lá”, explica. Ele lembra que, especialmente em Matemática, o tempo vai ser o maior inimigo.

Estratégia na resolução das questões

Na hora de resolver a prova, Pasqualotto compara a dinâmica do Enem a um jogo de estratégia. “É como se fosse um joguinho: você começa acumulando o máximo de moedas mais fáceis, depois procura as mais difíceis”, diz. Para ele, garantir pontos nas questões simples logo no início é fundamental para equilibrar o desempenho geral e evitar frustrações ao final da prova.

O professor destaca ainda que conteúdos básicos continuam sendo o coração da avaliação. Operações fundamentais, porcentagem, regra de três simples e composta e geometria aparecem todos os anos, sem exceção. “Geometria plana e espacial caem bastante, com ênfase clara na plana, que envolve área. Depois vem funções”, afirma. A atenção, no entanto, precisa ser redobrada em itens aparentemente simples. “Jamais pode errar uma questão de escala. É o tipo de item que derruba seu TRI”, alerta.

Outro erro comum, segundo ele, é a pressa. Muitos estudantes acreditam que acelerar o ritmo significa ganhar tempo, mas o efeito costuma ser o contrário. “O estudante deve evitar totalmente querer fazer tudo muito rápido. Essa velocidade exagerada atrapalha a interpretação dos enunciados”, afirma. Ele lembra que o Enem é uma prova feita para não terminar, reforçando que o estudante precisa administrar a exaustão como quem corre uma maratona.

Apesar do caráter técnico, Pasqualotto explica que boa parte do desempenho depende da estabilidade emocional. “O Enem não é uma prova muito de conteúdo, é uma prova psicológica. O aluno que mantém a concentração durante cinco horas desempenha melhor”, analisa.

Pequenas atitudes podem ajudar a diminuir o estresse durante a aplicação. Uma delas é levar alimentos leves. “Só o ato de mastigar diminui o nível de tensão. Um chocolate é uma boa ideia, sem exagero, porque dá energia e acalma”, diz. Nos momentos de maior ansiedade, o professor orienta pausas rápidas. “Respira, joga uma água no rosto e volta. Isso ajuda a organizar o pensamento”.

O que fazer na véspera

Às vésperas do segundo dia, o professor recomenda diminuir o ritmo. Para ele, não é o momento de esgotar o cérebro tentando memorizar detalhes. “Se for revisar algo, que seja pontual. Nada de ficar horas fazendo exercícios”, afirma. A energia emocional, segundo ele, importa tanto quanto o estudo acumulado.

Atividades leves são bem-vindas: caminhar, ir ao parque, assistir a algo que relaxe ou simplesmente se desconectar por algumas horas. “Não fale sobre vestibular. Não faça nada que te deixe mais tenso. Finja que você nem é estudante por um dia”, diz. Para Pasqualotto, insistir no tema na véspera pode aumentar a ansiedade e comprometer a performance. “Ficar o dia inteiro pensando no Enem é perigoso. Você chega à prova já nervoso”.

Com foco, calma e estratégia bem definidas, o professor acredita que os estudantes têm tudo para superar o segundo dia com confiança. “O importante é lembrar que é só mais uma etapa. Se você se organiza e mantém a cabeça no lugar, tem tudo para conquistar sua vaga”, conclui.

Foto: Freepik

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