É impossível negarmos que o Natal, ao longo dos séculos, tem sido capturado por uma lógica excessivamente comercial. O consumo é estimulado a todo momento pelas propagandas cada vez mais realistas, pelas luzes e vitrines que despertam sonhos e desejos, prometendo assim, realizações e felicidade duradoura.
Quando o Natal passa a ser vivido apenas pela ótica do consumo, da realização pessoal, corre-se o risco de esvaziá-lo de seu real sentido.
Entre os séculos VIII e VII a.C (740 a 700 a.C) viveu um profeta cujo nome era Isaías. Durante o seu ministério profético no Reino de Judá, ele previu muitos eventos messiânicos, dentre eles o nascimento do Messias em Belém da Judéia e sua morte. Na Bíblia encontramos um livro com o seu nome, Isaías e, no capítulo 09, versículo 06, sobre este menino, Jesus, ele afirma: “[…] o governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
Portanto, o Natal é uma festa Cristã que anuncia a presença de Deus no meio da família, da sociedade e da história humana através do nascimento de Jesus. Sendo assim, torna-se necessário fazermos um resgate do real sentido desta festa que nos proporciona muitas reflexões, encontros, desencontros e muitas alegrias no ambiente familiar e profissional. Esta festa tem um caráter educativo e espiritual.
Ela é educativa porque nos leva a compreender que existem valores que são inegociáveis em qualquer sociedade, tais como: amor, justiça, respeito, perdão, equidade e generosidade; ela fortalece vínculos por meio do diálogo, da escuta em família e no campo profissional nesse período de tantas celebrações.
É espiritual porque nos conecta com o sobrenatural tornando-nos mais sensíveis ao estabelecimento de um relacionamento mais íntimo com o autor da vida, Deus, e com seu filho Jesus Cristo. Lembrando que relacionamento se constrói. E essa construção também é real e necessária no campo espiritual.
Portanto, levar Jesus para o centro de nossas celebrações natalinas é realocar valores como compaixão, perdão e fraternidade no centro da vivência familiar e social. É ajustar o foco que ao longo dos anos, por meio de tantos apelos comerciais nos fizeram distanciar do que é prioritário e necessário. Isso é pedagógico, é uma ação educativa.
Isso não significa que vamos deixar de consumir, de presentear, de sonhar e desejar algo melhor para nossas famílias e amigos. Significa sim, compreendermos que o nosso coração precisa estar sintonizado na frequência certa com o que é eterno e não com o que é efêmero, passageiro.
Quando o Natal é vivido a partir de uma perspectiva como esta, ele transcende a data, 24 e 25 de dezembro. Ele se transforma em compromisso genuíno de escuta, diálogo, afeto e respeito o ano inteiro no meio da família e em nosso ambiente profissional. As nossas relações se tornam mais humanas e é esta humanidade que tem se tornado escassa em nossa sociedade.
A verdadeira presença de Jesus em nossas vidas e famílias não se expressa por meio de símbolos ou clichês religiosos, mas sim, através de atitudes no nosso cotidiano. Que o “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” seja o nosso convidado especial para as nossas celebrações neste Natal em família neste ano de 2025. Feliz Natal a você leitor e à sua família!












