Imagine um barco navegando em águas calmas. O Simples Nacional é como esse barco: uma embarcação sólida, projetada para suportar os desafios de pequenos negócios, com ferramentas que simplificam e tornam a jornada menos turbulenta. Agora, visualize que, de repente, o barco começa a sair das águas tranquilas para enfrentar o mar aberto. As ondas são altas, os ventos imprevisíveis, e o capitão – sem experiência para esse novo cenário – luta para manter a embarcação à tona.
Assim é a situação de muitas empresas que, desenquadradas do Simples Nacional, são empurradas para regimes tributários mais complexos e nem sempre estão preparadas para lidar com o impacto dessa mudança. E o resultado? Um verdadeiro naufrágio fiscal.
O Simples Nacional é, sem dúvida, o regime tributário mais acessível para micro e pequenas empresas. Unificando tributos em uma única guia, reduzindo a burocracia e permitindo um controle financeiro mais eficiente, ele se torna uma boia de segurança para empresários iniciantes ou em fase de crescimento.
Mas o cenário muda drasticamente para aqueles que ultrapassam o limite de receita de R$ 4,8 milhões anuais, acumulam dívidas tributárias ou possuem inconsistências cadastrais. Sem planejamento ou estratégia, a migração para regimes como o Lucro Presumido ou Lucro Real pode desencadear um verdadeiro tsunami financeiro. E assim como um capitão inexperiente em águas agitadas, muitos empresários acabam afundando, deixando de pagar tributos, perdendo competitividade e, em casos mais graves, encerrando suas atividades.
Como regularizar e voltar ao Simples Nacional?
Para aqueles que foram desenquadrados, ainda há esperança de retomar as rédeas do negócio e navegar de volta às águas mais calmas do Simples Nacional. Veja os passos que podem ser seguidos:
- Regularização de débitos:
Empresas desenquadradas podem negociar suas dívidas com a Receita Federal, Prefeitura ou Secretaria do Estado seja por parcelamentos ou compensações. Prazo de regularização até 31 de janeiro de 2025. - Revisão cadastral:
Certifique-se de que as atividades econômicas declaradas no CNAE estão de acordo com o que é permitido no regime. - Solicitação de reenquadramento:
É aqui que entra o farol do empresário: um profissional contábil experiente, capaz de oferecer a direção certa em momentos de turbulência. Assim como um navegador experiente traça a rota para evitar tempestades, o contador analisa o cenário, propõe soluções e ajuda a transformar a bagunça tributária em um plano organizado.
Muitos empresários encaram o desenquadramento do Simples Nacional como um problema, quando na verdade ele pode ser um marco de crescimento. No entanto, crescer exige preparo. Assim como uma pequena embarcação precisa ser reforçada antes de enfrentar o oceano, a empresa precisa de planejamento para suportar a transição para regimes tributários mais exigentes.
Enquanto o Simples Nacional é o regime ideal para negócios em fase inicial, ele também deve ser encarado como uma etapa. O objetivo de qualquer empresário deve ser crescer, mas de forma sustentável, planejada e consciente.
Lembre-se: empreender não é apenas sobreviver no presente, mas construir um futuro sólido. E essa construção começa hoje, com organização e estratégia. Se o Simples Nacional é o barco que conduz sua empresa agora, aproveite-o para crescer de forma estável até o momento em que você esteja pronto para navegar em águas maiores. Afinal, o sucesso não está em evitar tempestades, mas em aprender a navegar por elas.
