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A Santa Casa de Campo Grande promoveu um café com a imprensa na manhã desta terça-feira (8) para apresentar dados sobre a atual situação financeira do hospital. Durante a coletiva, a presidente da instituição, Alir Terra, reforçou que a entidade enfrenta sérias dificuldades econômicas. Atualmente, 90% dos atendimentos são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e apenas 10% aos planos de saúde.

Nas últimas semanas, o hospital tem registrado superlotação, falta de insumos e atraso no pagamento de salários de prestadores de serviço. A entidade explica que um dos motivos da crise é pelo não recebimento de R$ 23 milhões da União, que deveria ter sido destinado durante o período da pandemia de covid-19, em 2020.

Em nota, a instituição informou que “atua, há anos, sob condições de subfinanciamento, embora seja responsável por mais da metade dos atendimentos hospitalares qualificados na região de Campo Grande, com impacto significativo na saúde pública local. Ressaltamos também que há decisão judicial desde 2011, ainda pendente de recurso, que busca a recomposição financeira da entidade junto à Justiça Federal”.

Presidente da Santa Casa, Alir Terra

Alir Terra, destacou que a principal solução para o déficit orçamentário enfrentado pela instituição passa pela diversificação das fontes de receita. Segundo ela, além dos repasses públicos, a Santa Casa tem buscado alternativas por meio de outros braços de negócios, como a escola de saúde, o plano de saúde próprio e atendimentos particulares, tanto regulados, como os realizados via Unimed, quanto não regulados, como Cassems e demais convênios. “Essa é uma forma que nós temos de ajudar mais, para que essa área SUS seja mais atendida com mais qualidade”, afirmou.

A presidente também frisou que o repasse de valores pontuais, embora importante para garantir o funcionamento momentâneo da instituição, não resolve o problema de forma definitiva. Para ela, é essencial que haja um reequilíbrio financeiro formalizado em contrato, permitindo um planejamento orçamentário mais sólido. 

“Esse valor que eles estão aportando na Santa Casa, eles vêm para dar um pouco de equilíbrio para que a Santa Casa continue prestando serviço, mas para que a gente consiga o reequilíbrio econômico-financeiro, é necessário ele estar no contrato e não ser um aporte pontual”, finalizou.

Diretor Técnico da Santa Casa, William Lemos.

Apesar da manutenção dos atendimentos de urgência e emergência, como determina a legislação, o diretor técnico da Santa Casa, William Lemos, afirmou que a crise financeira já impacta significativamente os serviços ambulatoriais e eletivos, com destaque para as áreas de ortopedia, cirurgia cardíaca e urologia, incluindo o transplante renal, que estão suspensas.

“Hoje nós amanhecemos com cerca de 19 pacientes na nossa área vermelha, onde só cabem 6, na área verde 45, lá tem apenas 7 leitos. Na ortopedia, ainda, 50 pacientes aguardam atendimento de primeira vez, tem pacientes que precisam de mais de um procedimento cirúrgico neste momento”, relatou.

William ainda explica que é necessário pensar na saúde pública do estado como um todo, mas no momento é preciso aumentar a verba para sanar a crise. “A curto prazo, que é o que eu pediria agora, a gente precisa de mais dinheiro, a gente precisa de financiamento, mas eu também preciso de rota de saída para esses pacientes. A gente precisa ter uma retaguarda para que esses pacientes saiam daqui”.

  • Colaborou Fernanda Sá

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