“Pela fé Moisés começou o costume de celebrar a Páscoa e mandou marcar com sangue as portas das casas dos israelitas para que o Anjo da Morte não matasse os filhos mais velhos deles” (Hebreus 11:28)
No livro de Êxodo, na Bíblia Sagrada, está o registro da saga do povo de Israel, que foi para o Egito quando José, um dos filhos de Jacó (Israel), foi nomeado Primeiro-Ministro daquele país.
Pouco mais de 400 anos depois, os egípcios não apenas se esqueceram da importância dos israelitas em seu território, como também passaram a persegui-los e oprimi-los.
Deus então levantou Moisés para ser o grande libertador do povo de Israel.
Na última semana antes do Êxodo (a saída do povo de Israel), Deus anunciou a décima e mais dolorosa das pragas: a morte dos primogênitos egípcios.
Para proteger e distinguir o povo de Israel, e para marcar definitivamente sua saída, o Senhor Deus ordenou que os israelitas fizessem o seguinte:
- Escolhessem um cordeiro macho, de um ano, sem defeito.
- Matassem o cordeiro, e com seu sangue aspergissem as portas de suas casas.
- Preparassem pão sem fermento para comer com o cordeiro.
- Comessem ervas amargas (alfaces amargas) naquela última refeição no Egito, antes da grande saída rumo à Terra Prometida — Canaã.
O cumprimento da Páscoa
Na noite da libertação, o livro de Êxodo relata que o Anjo da Morte passou pelo Egito, dizimando todos os primogênitos.
Porém, os filhos de Israel foram poupados, pois o anjo viu o sangue do cordeiro nos umbrais das portas.
Com a comoção gerada pelo luto em todas as casas egípcias, o povo de Israel saiu do cativeiro, conduzido por Moisés.
Na peregrinação que durou 40 anos, o povo experimentou tanto o cuidado de Deus quanto as amarguras do deserto — uma alusão direta ao amargor das ervas amargas.
O povo não deveria se misturar com outros povos até chegar a Canaã, devendo se manter puro — como o pão sem fermento.
O sangue do cordeiro, as ervas amargas e o pão sem fermento foram os símbolos da primeira Páscoa.
Anos depois, já estabelecido em Canaã, Jesus Cristo reuniu seus discípulos e celebrou com eles a última Páscoa antes de seu sofrimento (amargura).
Tomando o pão e o vinho, Jesus aplicou os símbolos a Si mesmo:
“Este (pão) é o meu corpo… comei dele, em memória de mim.”
“Este é o meu sangue… da nova aliança… bebei dele, em memória de mim.”
(Mateus 26:26-30)
A aplicação da Páscoa
Para os cristãos, aquele momento em que Jesus aplicou os símbolos da Páscoa a Si mesmo foi decisivo.
Especialmente quando João Batista, ao avistar Jesus, declarou:
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29)
Jesus morreu após experimentar todas as amarguras antes da cruz. Foi crucificado numa fatídica sexta-feira, que, neste sentido, não deveria ser comemorada.
Mas, na gloriosa manhã de domingo, Ele ressuscitou e está vivo pelos séculos dos séculos. Aleluia!
Conclusão
A palavra Páscoa, que em hebraico é Pesach (passagem), significa para os cristãos:
- Libertação, porque Cristo, o Cordeiro Pascal, foi entregue na cruz para a salvação do “Israel de Deus”, composto por todos os gentios que se rendem a Jesus.
- Vida nova, porque “se alguém está em Cristo, nova criatura é” (2 Coríntios 5:17).
- Novo propósito, que é amar e servir a Jesus com disposição, alimentados e nutridos pelo Pão da Vida, o próprio Senhor Jesus Cristo.
Todo o resto são acessórios, alguns desnecessários e fora de contexto — como os famosos coelhinhos da Páscoa, que botam ovos de chocolate (alguns mais caros do que o próprio coelho!). Isso é a Páscoa comercial.
Viva a Páscoa cristã!
Feliz Páscoa! Que Jesus Cristo, o único que deveria ser lembrado, adorado e comemorado na Páscoa, te abençoe!