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O custo da cesta básica em Campo Grande registrou alta de 2,09% em abril de 2025, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Com isso, o valor médio dos alimentos essenciais na capital sul-mato-grossense chegou a R$ 805,08.

O aumento é o quarto consecutivo em 2025 e reflete pressões sobre o orçamento das famílias, especialmente as de baixa renda. Para uma família composta por dois adultos e duas crianças, o custo mensal estimado da cesta é de R$ 2.415,24.

De acordo com o estudo, o trabalhador que recebe um salário mínimo líquido de R$ 1.404,15 (após o desconto de 7,5% da Previdência Social sobre o valor bruto de R$ 1.518,00) comprometeu 57,34% de sua renda apenas para adquirir a cesta básica em abril — um aumento de 1,18 ponto percentual em relação a março. Em abril do ano passado, o comprometimento era de 56,10%.

O tempo de trabalho necessário para comprar os alimentos também aumentou. Foram exigidas 116 horas e 41 minutos de jornada, 2 horas e 24 minutos a mais do que no mês anterior.

Alimentos em alta

Entre os itens com maiores aumentos estão a batata (21,07%) e o tomate (15,63%), que já acumula quatro meses consecutivos de alta. O café em pó subiu 12,52% em Campo Grande, registrando um acumulado de 102,44% em 12 meses. O açúcar cristal também teve reajuste expressivo, de 2,74%, influenciado pela maior demanda no mês.

“Estamos vendo uma combinação de fatores climáticos e de mercado afetando a oferta de alimentos, o que acaba refletindo diretamente nos preços ao consumidor”, explica o DIEESE no relatório.

Entre os alimentos matinais, apenas a banana apresentou queda (-3,91%), graças à boa oferta da variedade nanica. Em contrapartida, pão francês (0,41%), leite (0,86%) e manteiga (0,10%) tiveram aumentos moderados.

O feijão carioquinha, que vinha com preços em queda, voltou a subir (3,01%) em abril, pressionado pela retenção de estoques por produtores. Já a expectativa é de recuo nos próximos meses, com a entrada da safra.

Apesar de retrações pontuais no preço da carne bovina de primeira (-0,52%) e do óleo de soja (-2,17%), os produtos continuam pesando no bolso. A carne custa, em média, R$ 43,95 o quilo, enquanto o litro do óleo de soja está em R$ 7,13 — valores ainda significativamente superiores aos de abril de 2024, quando os mesmos itens custavam R$ 35,14 e R$ 5,23, respectivamente.

O arroz agulhinha também apresentou queda (-5,81%), terceira redução no ano, com o preço médio de R$ 6,22. A colheita mais acelerada e os recuos nas cotações internacionais contribuíram para a diminuição.

No acumulado de 2025, a cesta básica em Campo Grande subiu 4,51%. Em 12 meses, a variação é de 9,87%. Apesar de a capital sul-mato-grossense não ter a cesta mais cara do país — posição ocupada por São Paulo, com R$ 909,25 — o impacto do aumento tem sido sentido com intensidade.

O DIEESE também calcula mensalmente o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas com dignidade, considerando alimentação, moradia, saúde, educação, entre outros. Em abril, esse valor foi estimado em R$ 7.638,62, mais de cinco vezes o salário mínimo em vigor.

Foto: Geraldo Bubniak/AEN/Divulgação

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