O campo brasileiro pode ser o maior prejudicado com a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil
O agronegócio brasileiro é forte, produtivo e cada vez mais tecnológico. Mas ainda tem uma fragilidade grave: a proteção do seu capital. E essa fragilidade ficou evidente novamente com o anúncio feito no início de julho: os Estados Unidos vão impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025.
A medida afeta diretamente produtos de peso como café, suco de laranja, carne bovina e aeronaves, setores nos quais o Brasil é líder ou tem importante participação global. A justificativa para as tarifas foi política, mas o impacto será econômico e, principalmente, sentido no campo.
Quando o risco não é climático, é político
O produtor rural brasileiro está acostumado a enfrentar intempéries: estiagem, excesso de chuva, pragas, alta no custo dos insumos. Mas há um tipo de risco para o qual muitos ainda não estão preparados: o risco geopolítico e financeiro.
Uma decisão em Washington, Bruxelas ou Pequim pode desvalorizar um contrato, encarecer uma exportação ou inviabilizar uma safra inteira. E a verdade é que boa parte dos produtores ainda toma decisões financeiras sem considerar esse tipo de ameaça.
Capital desprotegido é lucro vulnerável
Quem planta bem pode, sim, colher mal, se o capital não estiver protegido. Tarifas internacionais, variações cambiais e mudanças no cenário global podem reduzir drasticamente a margem de lucro do produtor, que muitas vezes já está comprometida com financiamento, insumos e folha de pagamento.
A gestão do capital precisa ser estratégica. Isso significa planejar o uso do crédito, entender as consequências de cada decisão econômica e, principalmente, blindar o patrimônio contra instabilidades que fogem do controle do produtor.
Buscar apoio técnico é parte da solução
Não dá mais para depender apenas da experiência de campo. É preciso buscar apoio profissional. Hoje, existem no Brasil empresas especializadas no setor financeiro com foco em agronegócio, que oferecem:
- Planejamento financeiro de médio e longo prazo;
- Reestruturação de dívidas e otimização do crédito;
- Simulações de cenários de risco com base em fatores cambiais, tarifários e políticos;
- Estratégias de proteção patrimonial e de fluxo de caixa para enfrentar crises externas.
Trata-se de profissionalizar a gestão do dinheiro com o mesmo rigor que se profissionalizou o plantio, a colheita e a logística.
O produtor precisa estar preparado para o inesperado
As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos não foram negociadas e não consideraram os impactos sobre os produtores. Elas simplesmente foram anunciadas para o dia 01 de agosto. E esse é o ponto central: o inesperado pode acontecer.
O produtor que tiver estrutura financeira e estratégia para enfrentar essas mudanças não apenas sobrevive, como ganha competitividade. Já quem ignora esses sinais, corre o risco de ver o trabalho de anos ser colocado em jogo por uma decisão tomada a milhares de quilômetros de distância.
Proteger o capital é, hoje, tão importante quanto proteger a lavoura.