No começo do outono, quando o calor do verão começa a dar trégua e os dias se tornam mais amenos, as ruas de Campo Grande ganham tons vibrantes de rosa de uma hora para outra. É tempo de florada das paineiras.
Conhecida cientificamente como Ceiba speciosa, a paineira é uma árvore de grande porte, que pode atingir até 30 metros de altura, com tronco espinhoso. Mas é entre os meses de abril e maio que ela rouba a cena, cobrindo-se de flores que vão do rosa-claro ao pink intenso — um espetáculo que chama a atenção e rende lindas fotos.
“As paineiras são comuns em diversas regiões do Brasil, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste”, explica o professor Kwok Chiu Cheung, biólogo e superintendente executivo da Fundação Neotrópica do Brasil. Ele destaca que a árvore, originalmente presente em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e no norte do Paraná, hoje marca presença em muitas cidades do país.
Mas seu papel vai além da estética. “Elas ajudam a reduzir a temperatura do solo, aumentam a umidade do ar e servem de alimento para animais polinizadores, como abelhas e beija-flores”, afirma o biólogo. Ou seja: o que parece apenas beleza tem, na verdade, um papel fundamental no equilíbrio ecológico — inclusive dentro da cidade.
Apesar de resistentes e longevas, as paineiras exigem cuidado na hora do plantio. “Não são ideais para calçadas estreitas ou sob fiação elétrica”, ressalta Kwok Chiu. Por isso, urbanistas e paisagistas têm papel importante na escolha dos locais adequados para essas árvores, garantindo que elas continuem a florescer — e a encantar.







Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília