Márcio Pereira

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Muito tem se falado dos impactos econômicos da guerra comercial tarifária imposta pelo Governo Trump dos Estados Unidos, mas por trás dos aspectos econômicos há também uma batalha tecnológica em curso evidenciada pelos avanços da Inteligência Artificial proporcionada por deeptechs americanas (como o OpenAI – ChatGPT) e chinesas (DeepSeek). Outras grandes deeptechs como Meta (Facebook, Instagram), Alphabet (Google), Tencent também fazem parte deste pano de fundo pela busca da hegemonia tecnológica.

O Brasil ainda não tem grandes deeptechs para chamar suas, que em suma são empresas que desenvolvem tecnologias inovadoras baseadas em descobertas científicas e avanços tecnológicos. Há iniciativas importantes como o Catalisa ICT liderado pelo SEBRAE que visa fomentar soluções tecnológicas originários das universidades e instituições científicas. Porém é preciso muito mais investimento quando se pretende entrar de fato neste jogo tecnológico global.

Por meio da Embraer, o Brasil é uma potência em tecnologia aeronáutica, com a EMBRAPA criou-se ao longo de 50 anos os grandes avanços na agricultura e pecuária, também nosso sistema financeiro é destaque, não somente pela criação do já internacionalmente famoso PIX, como da própria NuBank, um dos maiores bancos digitais do mundo.

Como sua vasta diversidade, o Brasil ainda tem muito a oferecer em termos de nature based solutions, ou soluções vindas da natureza, pode também oferecer Green Data Centers a partir da geração de energia sustentável. Não basta também criar seus próprio GPS, mas também softwares que façam rodas melhor os estes sistemas.

Talvez o grande legado que tarifaço de Trump tenha feito ao Brasil tenha sido tirar o pais do berço esplendido e força-lo a entrar de vez na era do investimento em deeptechs, ao invés de apenas gastar bilhões de dólares em tecnologia que tragam dependência.

A nova geopolítica da ciência e tecnologia obrigará maior abertura das universidades, publicas e privadas, muito fechadas em sí e em seus objetivos próprios no Brasil. É hora do talento e conhecimento acumulado sair dos muros das universidades para os braços da sociedade, do mercado, do povo que anseia por transformações.

Também é horas dos governos, federal, estaduais e municipais, compreenderem que o investimento em ciência e tecnologia não é gasto, mas investimento. Assim como é hora das grandes empresas brasileiras investirem fortemente em soluções advindas das universidades e milhares de startups com soluções inovadores.

A responsabilidade é de todos, para que enfim haja redução da dependência tecnológica e Brasil também possa ser gigante pela própria natureza de seu avanço tecnológico.

Os artigos publicados são de responsabilidade dos colunistas e não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Total News

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Márcio Pereira

Diretor-Presidente da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect). Graduado em Administração de Empresas, Mestre em Agronegócios e Doutor em Desenvolvimento Rural. Membro do Conselho Deliberativo do Sebrae-MS. | @marcioaper
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