“Disse, porém Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; onde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” – Rute 1:16
Em um mundo cada vez mais complexo e repleto de incertezas, a tomada de decisões se apresenta como um desafio constante. As pressões sociais, econômicas e pessoais frequentemente nos impulsionam a escolhas rápidas e pragmáticas, muitas vezes negligenciando um aspecto fundamental para muitos: a fé. Por isso quero falar sobre a importância de integrar a fé no processo de tomadas de decisão, e ao final, em nosso estudo de caso mostrar um exemplo de alguém que, pela fé, tomou uma tremenda decisão em meio à tempestade das pressões da vida.
A fé, em sua essência, é um ato de confiança e entrega, mesmo diante da ausência de evidências tangíveis. Para aqueles que a colocam no centro de suas vidas, a fé não é apenas uma crença passiva, mas uma força ativa que molda a percepção e a ação. Tomar decisões pela fé significa buscar uma orientação que transcende a lógica puramente humana, alinhando as escolhas com princípios e propósitos espirituais mais profundos.
Em momentos de grande pressão, onde o medo e a ansiedade podem obscurecer o julgamento, a fé oferece uma âncora, em forma de confiança. Essa confiança não anula a necessidade de sabedoria e ajuda de conselheiros experientes e confiáveis, mas a fé pavimenta e alicerça as decisões, tornando tudo em dependência de Deus.
As pressões da vida podem se manifestar de diversas formas: a necessidade de sucesso profissional, a busca por estabilidade financeira, as expectativas familiares ou a conformidade com padrões sociais. Em cada uma dessas situações, a fé pode ser um poderoso antídoto contra a paralisia ou decisões precipitadas. Ela encoraja a paciência, a perseverança e a coragem de seguir um caminho que pode não ser o mais óbvio ou popular, mas que é coerente com os valores e a convicção da pessoa.
Ao invés de ceder ao pânico ou à dúvida, a fé convida à reflexão e à oração, buscando clareza e direção. Ela fortalece a capacidade de discernir entre o que é urgente e o que é verdadeiramente importante, permitindo que as decisões sejam tomadas com maior serenidade e convicção.
Estudo de Caso – Tomemos como exemplo alguém, que em meio à grande pressão e circunstâncias desfavoráveis, agiu escudada pela fé.
Esta pessoa era uma mulher de um povo estranho e inimigo de Israel e depois de toda a saga tenebrosa que viveu e sofreu, veio a ser ancestral do Rei Davi e da linhagem do próprio Senhor Jesus Cristo.
Resumo da história – Rute cuja história está no livro de mesmo nome na Bíblia Sagrada, morava na Terra de Moabe, povo oriundo de Ló, sobrinho de Abraão. Seu povo não gozava da amizade e simpatia do povo Judeu. Ocorre que uma família composta de Pai, Mãe e 2 filhos, saiu da terra de Belém, na Judéia e foi, em tempos de crise morar na terra de Rute, que se casou com um dos filhos. Uma tragédia se abateu sobre a família e morreu primeiro o Pai, depois os dois filhos e ficou só a viúva, Noemi, que decidiu voltar sozinha e amargurada para sua terra natal.
Aqui entra Rute. Viúva, mas no meio de seu povo, decide, pela fé, tomar a decisão mais importante de sua vida: abandonar seu povo, sua religião e crenças e optar por viver a vida com a sogra, onde e como quer que ela vivesse.
Destaquemos as seguintes lições na decisão de Rute na tomada de decisão.
Em primeiro lugar – Compromisso em meio à adversidade:
Após a morte do marido, diante das crises que decorrem deste fato, Rute, mesmo sendo estrangeira, escolheu ficar ao lado de sua sogra, Noemi, e foi com ela para Belém, demonstrando lealdade e amor por sua sogra e o Deus que ela servia. Notadamente, Rute escolheu a Fé que a sua sogra cria e creu também. Ela não sabia o que a esperava, mas agiu por fé e assumiu este grande compromisso.
Em segundo lugar – Ousadia e confiança:
A Fé age sem ver para crer. Mesmo sem ter garantias de um futuro seguro, ela perseverou, confiando em Deus para orientar seu caminho, mesmo que o caminho fosse incerto. A outra Nora, sensata, decidiu, apesar de amar muito a sogra, ficar com seu povo e não se arriscar. Rute ousou confiar no Deus de Israel e seguir com sua sogra.
Em terceiro lugar – Recompensas por sua fé:
Rute, ao agir por fé e sem ter nenhuma certeza de como seria sua vida, foi regiamente recompensada por sua fidelidade e fé para com Deus e para com a sogra. Ao agir assim e ir para a terra de Israel com Noemi, ela encontrou o favor e o amor de Boaz, rico fazendeiro solteirão, parente distante da família de Noemi. Boaz se tornou seu marido, e ela entrou para a linhagem do rei Davi e, consequentemente, de Jesus Cristo, diz a Bíblia.
Conclusão – A prática da fé nas tomadas de decisão não é um caminho fácil, mas é um caminho que promete paz e propósito. Em meio às pressões incessantes da vida, ela oferece um refúgio e um guia, permitindo que as escolhas sejam feitas não apenas com base na razão, mas também na convicção espiritual, ou seja pela fé.Que Deus abençoe sua vida e te ajude a tomar decisões pela fé.