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Estudo mostra que brasileiros estão mais satisfeitos profissionalmente, mas país ainda fica abaixo da média global; agronegócio lidera ranking setorial de felicidade

O Centro-Oeste é a segunda região mais feliz do Brasil quando o assunto é satisfação no trabalho, segundo a segunda edição do Índice de Felicidade e Engajamento no Trabalho, elaborado pela Pluxee em parceria com a plataforma britânica The Happiness Index. O estudo, divulgado nesta terça-feira (21), revela que os profissionais da região alcançaram média de 7,8 pontos, ficando atrás apenas do Norte, que lidera o ranking nacional com 8,1 pontos.

A pesquisa ouviu mais de 16 mil profissionais em todo o país e mostra que os brasileiros estão 4% mais felizes no trabalho em relação a 2024. Ainda assim, o país segue 6% abaixo da média global, o que indica que propósito, reconhecimento e conexões humanas ainda são desafios para as empresas.

De acordo com o levantamento, a felicidade dos trabalhadores brasileiros subiu de 7,3 para 7,6, o engajamento passou de 7,1 para 7,4 e a cultura organizacional de 7,2 para 7,5. Apesar do avanço, apenas 53% dos profissionais recomendariam sua empresa como um bom lugar para trabalhar, o que revela uma distância entre o discurso corporativo e a prática diária nas organizações.

Bem-estar psicológico em alta

Os dados indicam que as dimensões ligadas à saúde emocional avançaram em 2025. Entre os fatores com melhor desempenho estão crescimento pessoal (+6,3%), reconhecimento (+6,2%) e segurança e propósito (+4,2%).

O estudo utiliza uma metodologia que combina ciência de dados e neurociência, avaliando tanto fatores racionais, como clareza e capacitação, quanto aspectos emocionais, como relacionamentos, propósito e segurança psicológica.

Todos os quatro sistemas cerebrais analisados pela metodologia, instintivo, emocional, reflexivo e racional, apresentaram melhora. O destaque foi o sistema reflexivo, que teve aumento de 6,1% e está diretamente ligado à busca por propósito e crescimento pessoal.

O reconhecimento genuíno também ganhou espaço, com alta de 6,2%, reforçando que celebrar conquistas e ouvir de verdade são práticas que sustentam o bem-estar e o engajamento, aponta o relatório.

Para Fabiana Galetol, diretora de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee Brasil, o estudo mostra que, apesar da evolução, ainda há uma lacuna importante nas organizações. “Os resultados mostram evolução, mas também deixam claro que ainda há uma lacuna importante: muitos profissionais não se sentem inspirados por suas organizações. O papel do RH é apoiar líderes a transformar discursos em atitudes, cultivando reconhecimento genuíno, clareza sobre o futuro e espaço para crescimento. Isso passa também por criar relações de confiança e segurança psicológica, porque quando as pessoas se sentem valorizadas e conectadas, o trabalho deixa de ser apenas rotina e se transforma em fonte de energia e propósito”, afirmou.

Desigualdade regional

O Índice de Felicidade e Engajamento no Trabalho também evidencia contrastes entre as regiões brasileiras. Enquanto Norte e Centro-Oeste lideram o ranking, Sudeste e Sul aparecem nas últimas posições.

Ranking regional de felicidade no trabalho (média de 0 a 10):

  • Norte: 8,1
  • Centro-Oeste: 7,8
  • Nordeste: 7,7
  • Sul: 7,6
  • Sudeste: 7,3

Os dados sugerem que regiões com menor concentração de grandes centros corporativos tendem a apresentar ambientes mais equilibrados, enquanto áreas mais competitivas enfrentam maiores desafios de bem-estar emocional.

Felicidade aumenta com a idade

O levantamento mostra que profissionais mais velhos são os mais felizes e engajados. Trabalhadores de 51 a 60 anos têm índice de felicidade 6,8% superior ao de jovens entre 19 e 30 anos. Eles também relatam maior comprometimento (8,6 vs. 7,7) e melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal (7,5 vs. 6,7).

Índice por faixa etária:

  • Acima de 60 anos: 8,0
  • 51 a 60 anos: 7,8
  • 41 a 50 anos: 7,5
  • 31 a 40 anos: 7,3
  • 19 a 30 anos: 7,3

Agronegócio lidera ranking setorial

Entre os setores, o agronegócio é o mais feliz e engajado do país, com média de 8,1 pontos. Em seguida aparecem tecnologia da informação (7,8), atividades financeiras e de seguros (7,7) e construção civil (7,6).

Na faixa intermediária estão os setores de indústria, alimentação e consultoria, todos com média 7,5. Já entre os menos satisfeitos estão comércio, artes, cultura, hotelaria, limpeza e transporte, com 7,4. O setor de saúde humana e serviços sociais ocupa a última posição, com 7,2 pontos.

Cultura de confiança e coerência

Para Fabiana Galetol, a felicidade no trabalho deixou de ser um tema aspiracional e passou a integrar a estratégia de negócios. “As organizações que prosperam emocionalmente são aquelas que olham para o cuidado todos os dias, e não apenas em datas de calendário. Felicidade não se resume a iniciativas pontuais: ela se constrói na escuta, no reconhecimento e na coerência entre valores e práticas”, conclui.

O estudo da Pluxee reforça que ambientes emocionalmente saudáveis dependem de lideranças empáticas, vínculos genuínos e culturas coerentes, fatores que, segundo a pesquisa, ainda estão em processo de amadurecimento no mercado de trabalho brasileiro.

Foto: Freepik

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