Leandra Costa

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Com a inteligência artificial produzindo textos, imagens e músicas em poucos segundos, é comum ouvirmos que a criatividade humana estaria em segundo plano. A realidade, no entanto, é oposta: justamente agora ela se torna mais estratégica. Em eventos globais deste ano, como startup Summit no RJ e o SXSW — realizado tanto em Austin quanto em Londres — uma das expressões que ganhou força foi creator empowerment, ou empoderamento dos criadores. A ideia central é simples: a tecnologia pode ampliar o alcance, mas é a criatividade humana que dá sentido ao que é produzido.

Essa visão dialoga com o que muito vemos defendido na pauta da inovação. Martha Gabriel, por exemplo, enfatiza em seus livros e palestras, a que a curiosidade e a criatividade são habilidades humanas insubstituíveis na era digital. Já o autor Yuval Noah Harari lembra que, embora algoritmos possam processar dados em velocidade, são as narrativas humanas que organizam sociedades, economias e culturas. Ou seja, máquinas ampliam nossas capacidades, mas o que realmente diferencia negócios e pessoas é a forma como criamos histórias, experiências e conexões.

Nos negócios, essa centralidade da criatividade tem gerado resultados concretos. Plataformas digitais mostraram que indivíduos criativos, muitas vezes sem grandes recursos, conseguem competir com grandes empresas ao construir comunidades engajadas em torno de autenticidade. Cada vez mais, marcas buscam se aproximar dessas comunidades, não apenas para divulgar produtos, mas para cocriar experiências e soluções. O resultado não é só visibilidade: é conexão real, aumento de vendas e fidelização.

No Brasil, há bons exemplos. Empresas de moda sustentável têm usado narrativas criativas para valorizar a cultura local e atrair clientes preocupados com impacto ambiental. Pequenos produtores do agro em Mato Grosso do Sul vêm gravando vídeos simples no celular para mostrar seu processo produtivo e conquistar consumidores em outras regiões. Nesses casos, a tecnologia não é a protagonista: ela funciona como meio, enquanto a história humana cria o vínculo de confiança que abre espaço para os negócios crescerem.

Em cidades como Campo Grande, onde o ecossistema de startups cresce rapidamente, esse conceito do creator empowerment é uma oportunidade concreta. Uma padaria que cria conteúdo contando a história das famílias que compra seu pão, uma healthtech que compartilha relatos de pacientes beneficiados por sua solução ou uma edtech que envolve professores e alunos na criação de novos métodos de ensino — todos esses exemplos mostram como a criatividade pode transformar negócios em experiências de valor.

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