O retorno do poder em forma de laço
Quem diria que o acessório símbolo máximo da alfaiataria masculina voltaria ao radar da moda, agora reinventado sob o olhar feminino, sensual e absolutamente contemporâneo? As gravatas, antes exclusivas do terno, ressurgem nas passarelas e nas ruas como o toque final de uma mulher que sabe o que quer: personalidade e um pouco de rebeldia.




A febre começou discretamente nas coleções da Saint Laurent e da Gucci, que trouxeram versões finas, usadas com camisas brancas e ternos de corte reto, evocando o espírito andrógino dos anos 70. Em seguida, Miu Miu e Dior adicionaram gravatas aos seus desfiles com pegada colegial e feminina, provando que o acessório pode transitar entre o sexy e o intelectual com uma facilidade impressionante. Até a Prada mergulhou na tendência, apostando em combinações inesperadas com minissaias e tricôs, em um mix que desafia códigos e renova a alfaiataria clássica.

Mas não é só nas passarelas que elas brilham. No street style, as gravatas conquistaram fashionistas de Nova York a Paris. Nas semanas de moda deste ano, vimos uma nova geração de influenciadoras misturando gravatas vintage com camisas oversized, corsets, minissaias e até calças cargo, uma mistura que traduz o espírito da moda atual: menos regras, mais atitude.

No TikTok e Instagram, o “#TieTrend” se tornou uma verdadeira febre, com milhões de visualizações. Cada amarração conta uma história: das versões despojadas com nó frouxo, perfeitas para um look diurno, até combinações ultra elegantes, usadas como ponto de contraste em looks noturnos com blazer estruturado.



A gravata feminina representa algo além da estética. Ela é símbolo de autonomia e reinvenção, uma peça que atravessa gêneros e épocas, para se tornar agora o emblema de uma moda genderless e autêntica.


E, falando em autenticidade, eu precisei testar a tendência. Em dois looks diferentes, um com gravata de cetim listrada em tons de azul e outro com uma versão estampada vintage, percebi o poder que esse simples acessório carrega. Ele transforma o visual, mas também a postura. Me senti elegante, ousada e curiosamente livre. E é exatamente isso que a moda deve fazer: libertar.
Com carinho,
Maria Ritha Potrich
















