O BioParque Pantanal, em Campo Grande, sediou nesta terça-feira (9) e na quarta-feira (10) o On Track Summit MS 2025. O evento, realizado em formato carbono neutro, reuniu mais de 20 especialistas nacionais em oito painéis, além de palestras sobre o presente e o futuro da música em um cenário marcado por inovação digital, novas formas de consumo e responsabilidade ambiental.
A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul foi a principal apoiadora da iniciativa, que tem como objetivo consolidar o estado como referência em eventos culturais e criativos, fortalecer a cadeia produtiva da música e fomentar o turismo cultural e de experiência.
Segundo a organização, a escolha do BioParque Pantanal, considerado o maior aquário de água doce do mundo, valoriza o destino turístico e insere Campo Grande no circuito de grandes eventos. A proposta também inclui estimular a permanência de talentos locais e ampliar políticas públicas voltadas à cultura e ao turismo.
Homenagem a Paulo Simões
O compositor Paulo Simões foi homenageado durante o encontro. A Fundação de Turismo exibiu um videoclipe da música Trem do Pantanal, em celebração aos 50 anos da canção.
“Estamos muito felizes em prestar essa singela homenagem ao Paulinho Simões, ao Geraldo Roca (in memorian) e, através deles, a todos os grandes artistas de Mato Grosso do Sul. Esta música faz as pessoas se conectarem ao nosso estado por meio da letra, elas reconhecem o Pantanal. Hoje poder mostrar isso e relembrar um pouco a história dessa música e isso é muito gratificante. Estamos muito felizes em poder fazer parte disso e o Paulinho merece muito essa homenagem”, afirmou Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS.
Música e turismo sustentável
O evento marcou também o pré-lançamento do projeto “Sons do Pantanal”, criado pela Fundação de Turismo. A iniciativa busca valorizar a produção musical regional como vetor de identidade cultural e de fortalecimento do turismo sustentável.
O lançamento oficial ocorrerá em outubro, em Nova York. “Só posso dizer que será uma ação inédita que trará a fusão dos sons da natureza e a produção musical em um estilo internacional”, disse Wendling.
Dados do Ministério do Turismo indicam que a economia criativa representa cerca de 3% do PIB nacional, com destaque para o turismo cultural em destinos que valorizam patrimônio imaterial, como música e gastronomia.
Indústria em expansão
De acordo com a IFPI (International Federation of the Phonographic Industry), a indústria fonográfica mundial cresceu 10,2% em 2023, movimentando mais de US$ 28 bilhões. O streaming já responde por 65% do faturamento global. No Brasil, o setor registrou alta de 13,4% em 2023, segundo a Pro-Música Brasil.
Nesse contexto, o On Track Summit MS 2025 discutiu a transformação digital da música e a exigência de práticas sustentáveis pelo público e pelo mercado.
Entre os painéis, o debate “Volume Alto, Voz Ativa: Mulheres na Indústria da Música” reuniu executivas como Kamilla Fialho, Dani Pepper, Marina Mattoso e Thaís Saccomani. Estudos da ONU Mulheres mostram que menos de 30% das posições de liderança criativa na música são ocupadas por mulheres e que a presença em line-ups de festivais internacionais é de cerca de 20%.
O evento adotou práticas de mensuração e compensação das emissões de gases de efeito estufa, em alinhamento às metas da Agenda 2030 da ONU. Relatório da PwC aponta que a economia global de mídia e entretenimento deve movimentar US$ 3 trilhões até 2027, com maior atração de investimentos para projetos que integram cultura, inovação e sustentabilidade.
Campo Grande como hub criativo
Para a organização, a realização do encontro em Mato Grosso do Sul contribui para o posicionamento de Campo Grande como polo de inovação cultural.
“O On Track Summit é mais do que um evento, é uma plataforma de transformação. Queremos projetar o Mato Grosso do Sul como referência nacional em inovação cultural, turismo sustentável e diversidade no setor da música”, declarou a direção do evento.
Com informações e imagem do Governo de Mato Grosso do Sul