A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realiza nesta semana a segunda edição da Semana de Incentivo à Adoção Tardia, instituída pela Lei 5.921/2022. O objetivo é chamar atenção para a situação de crianças e adolescentes que permanecem por mais tempo em abrigos à espera de uma família.
Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) indicam que, no país, mais de 5 mil crianças e adolescentes aguardam adoção. A maioria tem mais de dez anos, faixa etária pouco procurada pelos mais de 30 mil pretendentes cadastrados.
A lei que institui a semana é de autoria do deputado Antonio Vaz (Republicanos). Em 2024, o parlamentar também apresentou a Lei 6.323, que atualizou a legislação estadual para adequar o texto ao SNA, sistema que reúne informações sobre crianças aptas à adoção, perfil dos pretendentes e andamento dos processos.
Experiências
A chamada adoção tardia se refere a crianças a partir de três anos de idade, geralmente já com algum grau de autonomia. O processo costuma exigir maior adaptação, tanto por parte dos adotados quanto dos adotantes.
Caciano Lima, gestor de artes no Executivo estadual, adotou quatro meninos entre 12 e 17 anos e acolhe atualmente um quinto, de 12. “Nunca é tarde para amar. Minha família é eu, meus filhos e minha mãe, que está junto nessa caminhada. A adoção tardia nos mostra que o afeto não depende de idade”, afirma.
Contexto
A iniciativa em Mato Grosso do Sul ocorre em um cenário de dificuldade para a adoção de crianças mais velhas. O perfil mais buscado pelos pretendentes ainda é o de recém-nascidos ou crianças pequenas. Especialistas apontam que ações de incentivo são necessárias para reduzir o tempo de permanência em instituições de acolhimento e garantir às crianças mais velhas o direito a uma família.
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