O comércio sul-mato-grossense deve registrar um faturamento de R$ 354 milhões na Black Friday deste ano, conforme aponta pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul (Sebrae/MS) e pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF/MS).
A pesquisa indica que 52% dos consumidores pretendem fazer compras durante o período promocional. A preferência é pelo ambiente online, citado por 78% dos entrevistados, enquanto 23% devem optar por lojas físicas. Entre os que planejam compras presenciais, o centro da cidade aparece como principal destino (43%), seguido por shoppings (27%), galerias (13%) e comércios de bairro (12%).
Para o analista-técnico do Sebrae/MS, Paulo Maciel, o período representa uma oportunidade para impulsionar as vendas. “O empreendedor deve se preparar, ajustando estoque e reforçando as ações de divulgação para alcançar diferentes perfis de consumidores. Como há clientes que optam por ir até a loja, oferecer um atendimento atencioso e eficiente faz toda a diferença”, afirma. Ele orienta ainda que os consumidores monitorem o histórico de preços dos produtos que desejam. “Ferramentas de comparação ajudam a verificar se a promoção realmente vale a pena e evitam compras impulsivas, já que alguns itens podem ter ficado mais baratos em outros períodos”, completa.
Os itens mais desejados pelos consumidores incluem produtos voltados ao trabalho, que lideram com 21% das menções. Notebooks e computadores aparecem em seguida, com 20%. Móveis, eletrodomésticos e eletrônicos somam 19% das intenções, enquanto tablets e celulares representam 14%. Outros 10% dos entrevistados ainda não definiram o que pretendem comprar.
O levantamento mostra também que o gasto médio previsto para este ano é de R$ 454,73. A maior parte dos consumidores planeja investir entre R$ 300 e R$ 400 (21%) ou entre R$ 200 e R$ 300 (20%). O perfil predominante é de trabalhadores com carteira assinada (51%), seguidos por empresários (16%), autônomos (14%) e servidores públicos (12%).
Apesar do interesse nas promoções, o montante estimado para este ano representa queda de 18% em relação a 2024, o que sinaliza maior cautela diante do cenário econômico. Ainda assim, a data continua relevante para o varejo, segundo a economista do IPF/MS, Ludmila Velozo. “A Black Friday continua sendo um momento relevante para o comércio, especialmente pelo aumento do tráfego digital e pelo planejamento de compras por parte dos consumidores. O que observamos em 2025 é um comportamento mais racional, em que o cliente compara preços, prioriza itens de maior necessidade e busca descontos realmente vantajosos. Isso explica tanto a queda no volume total quanto a manutenção do interesse pela data”, analisa.
Entre os consumidores que não pretendem participar da Black Friday, a desconfiança nos descontos é o principal motivo, citado por 53% dos entrevistados. A instabilidade econômica aparece em seguida, com 20%. Além disso, 10% afirmam evitar gastos no momento e 18% dizem que não vão comprar por falta de dinheiro.
A pesquisa foi realizada entre 3 e 8 de novembro com 1.982 pessoas em sete municípios do Estado: Bonito, Campo Grande, Coxim, Corumbá/Ladário, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas. A margem de erro varia de 5% a 6%, com intervalo de confiança de 95%
Foto de capa: divulgação SEBRAE

















