Maior parte das vendas ficará com hiper e supermercados
O comércio brasileiro deve registrar faturamento recorde de R$ 5,4 bilhões durante a Black Friday deste ano, que ocorre na próxima sexta-feira (28). A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo a entidade, o valor representa avanço de 2,4% em relação ao resultado de 2023, já descontada a inflação.
Os setores que devem registrar maior volume de vendas são:
- hiper e supermercados: R$ 1,32 bilhão
- eletroeletrônicos e utilidades domésticas: R$ 1,24 bilhão
- móveis e eletrodomésticos: R$ 1,15 bilhão
- vestuário, calçados e acessórios: R$ 950 milhões
- farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 380 milhões
- livrarias, papelarias, informática e comunicação: R$ 360 milhões
A CNC atribui o resultado a fatores como a desvalorização do dólar, que barateia produtos importados, a desaceleração da inflação e o aumento do emprego e da renda média. A taxa de desemprego atingiu 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o menor nível da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2002. Apesar disso, o avanço do varejo é limitado pelo nível elevado dos juros, pelo endividamento das famílias e pela concorrência com lojas estrangeiras.
A entidade cita levantamento do Banco Central que mostra taxa média anual de 58,3% nos créditos livres para pessoas físicas, o maior patamar para este período desde 2017. Em outra pesquisa, aponta que 30,5% das famílias têm contas em atraso.
Para medir o comportamento dos preços, a confederação monitorou diariamente 150 itens de 30 categorias. O estudo indica que 70% delas apresentaram “elevado potencial de redução”, com tendência de queda superior a 5%. As maiores reduções foram observadas em papelaria (10,14%), livros (9,02%), joias e bijuterias (9,01%), perfumaria (8,20%), utilidades domésticas (8,18%), higiene pessoal (8,11%) e moda (7,82%).
A Black Friday no Brasil é inspirada na tradicional liquidação realizada nos Estados Unidos após o feriado de Ação de Graças. Em 2010, a movimentação estimada era de R$ 1,52 bilhão e envolvia apenas alguns segmentos, como móveis, eletrodomésticos, livrarias, papelarias e lojas de eletroeletrônicos.
Com o aumento das ofertas, cresce também o risco de golpes. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) orienta consumidores a desconfiar de descontos muito altos, checar a reputação das lojas, verificar prazos de entrega e políticas de reembolso, priorizar sites seguros — identificados pelo “https” — e lembrar que compras on-line permitem arrependimento em até sete dias. Denúncias podem ser feitas no consumidor.gov.br ou aos Procons estaduais.
Pesquisa do Reclame Aqui mostra que 63% dos consumidores não conseguem identificar golpes feitos com inteligência artificial. Segundo o escritório Baptista Luz Advogados, alguns sinais ajudam a reconhecer fraudes: vídeos com falhas visuais, vozes artificiais, celebridades usadas em anúncios sem relação com o produto, mensagens muito formais ou repetitivas, perfis falsos com pouca atividade e imagens ou logotipos distorcidos em peças promocionais.
Foto de capa: Paulo Pinto
Com informações: Agência Brasil

















