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Preço da comida recua 0,98% nos últimos cinco meses

O preço dos alimentos e bebidas continua em queda no país. Em outubro, os alimentos e bebidas tiveram redução média de 0,02%, segundo a prévia da inflação oficial divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24). Esse é o quinto mês seguido de deflação, ou seja, de diminuição dos preços, e representa um recuo acumulado de 0,98% entre junho e outubro.

A pesquisa é feita por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a variação de preços em diferentes capitais do país e serve como uma estimativa da inflação oficial. O levantamento considera 377 produtos e serviços que compõem a chamada “cesta de consumo” das famílias brasileiras com renda de até 40 salários mínimos. Dentro dessa cesta, alimentos e bebidas têm o maior peso, e respondem por 21,63% do índice total. Em outubro, o IPCA-15 geral, que inclui todos os grupos pesquisados, como transportes, saúde e habitação, ficou em 0,18%, abaixo dos 0,48% registrados em setembro. Essa desaceleração mostra que a alta de preços tem perdido força nos últimos meses.

De acordo com o IBGE, entre setembro de 2024 e maio de 2025, os alimentos e bebidas tiveram nove meses consecutivos de aumento, impulsionados por problemas climáticos que afetaram as safras e encareceram produtos básicos. A partir de junho de 2025, essa tendência se inverteu: os preços dos alimentos e bebidas apresentaram quedas sucessivas de -0,02% em junho, -0,06% em julho, -0,53% em agosto, -0,35% em setembro e -0,02% em outubro, o que totalizou cinco meses consecutivos de deflação.

No acumulado de 12 meses, a inflação dos alimentos chegou ao pico de 8,02% em maio de 2025. Desde então, caiu gradualmente. Em outubro, atingiu 6,26%, valor ainda acima da inflação geral acumulada de 4,94% no mesmo período. Esse é o menor valor registrado desde setembro de 2024, quando a inflação de alimentos estava em 5,22%. A redução recente está relacionada a fatores como a melhora nas colheitas, a maior oferta de produtos no mercado e a queda de custos no transporte e nos combustíveis, que influenciam no preço final da comida.

Dentro da cesta de produtos analisados, os principais responsáveis pela deflação de outubro foram cebola (-7,65%), ovo de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1%). Cada um desses itens teve impacto de 0,01 ponto percentual no índice geral. Outros produtos que também apresentaram forte queda foram pepino (-24,43%), abobrinha (-20,80%), morango (-15,63%) e peixe-castanha (-12,68%), embora o peso deles no orçamento familiar seja pequeno.

Em 12 meses, as maiores reduções de preço ocorreram na batata-inglesa (-39%), feijão-preto (-32%), cebola (-27%) e pepino (-27%). Já entre as altas estão o café moído (+53%), a abobrinha (+43%) e o pimentão (+36%). Outros itens alimentares também ficaram mais baratos em outubro: tubérculos, raízes e legumes (-2,17%), hortaliças e verduras (-1,87%), cereais, leguminosas e oleaginosas (-1,24%) e leites e derivados (-0,66%). As carnes tiveram leve queda de 0,05%, enquanto frutas (+2,07%) e óleos e gorduras (+2,18%) ficaram mais caros.

O IPCA-15 funciona como um “termômetro” da economia. Ele mede os preços entre o dia 14 do mês anterior e o dia 13 do mês de referência, por isso é divulgado antes do índice oficial (IPCA). A pesquisa coleta dados em 11 regiões metropolitanas e mostra como os preços estão se comportando para a maior parte da população urbana brasileira. Os resultados do IPCA-15 costumam antecipar a inflação oficial e são usados pelo governo e pelo Banco Central para avaliar políticas econômicas e controlar os preços.

Em Campo Grande, a inflação dos alimentos chegou a 11,3% em 2024, a maior entre as capitais brasileiras naquele ano, segundo o IBGE. Agora, com o recuo de 0,02% em outubro de 2025, o índice registra o menor patamar em mais de um ano e acompanha a tendência nacional de queda nos preços dos alimentos.

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