Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil registrou redução no nível de pobreza. Segundo dados do Banco Mundial, pouco mais de 20% da população brasileira viveu com menos de US$ 6,85 por dia em 2024. Trata-se do segundo melhor resultado da série histórica iniciada em 1981, atrás apenas de 2020, quando a taxa caiu para 18,7% em razão do impacto do Auxílio Emergencial durante a pandemia.
Apesar do avanço, o Banco Mundial alerta que a inflação, sobretudo dos alimentos — que subiram 7,7% no ano passado —, impediu uma queda mais significativa no número de pessoas em situação de pobreza. O reajuste real de 2% no salário mínimo compensou parcialmente a perda de poder de compra, mas não foi suficiente para impulsionar uma redução mais expressiva.
Mesmo com a melhora recente, o Brasil ainda exibe índices de pobreza superiores aos da maioria dos países sul-americanos. Veja a comparação:
- Paraguai: 16,2%
- Bolívia: 14,1%
- Argentina: 13,3%
- Uruguai: 6,7%
- Chile: 4,6%
A desigualdade de renda também segue em patamar elevado. O índice de Gini, que mede a concentração de renda, recuou de 52,9 em 2021 para 51,6 em 2023, mas permanece distante do patamar considerado de “desigualdade moderada” (abaixo de 40).
Para 2025, a expectativa é de desaceleração no ritmo de queda da pobreza. A projeção do Banco Mundial é de redução de apenas 0,2 ponto percentual, diante da previsão de menor investimento em programas sociais e de um mercado de trabalho ainda marcado por desigualdades.
Com informações do TheNews
Foto: Arquivo/Agência Brasil