O Brasil ultrapassou, em 2024, a marca de 10,2 milhões de estudantes matriculados no ensino superior, segundo o Censo da Educação Superior divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Pela primeira vez, a maioria dos universitários está na modalidade a distância, que concentra 50,7% das matrículas.
O total de estudantes cresceu 2,5% em relação a 2023, quando havia 9,97 milhões de matriculados. Em dez anos, o aumento foi de 30,5%. Apenas no ano passado, 5,01 milhões de pessoas ingressaram no ensino superior.
Expansão do EaD
Enquanto os cursos presenciais registraram queda de 0,5% entre 2023 e 2024, a educação a distância cresceu 5,6%. A modalidade já está presente em 3.387 municípios brasileiros, o equivalente a 61% do país, alta de 97% em relação a 2014.
Segundo o presidente do Inep, Manuel Palacios, o avanço foi impulsionado pelas tecnologias e pela maior flexibilidade para trabalhadores. “A educação a distância ampliou a oferta e atendeu estudantes que, de outra forma, não teriam acesso ao ensino superior”, afirmou.
Palacios destacou ainda que a regulamentação recente, que criou os formatos presencial, semipresencial e a distância, deve descentralizar a oferta nos próximos anos.
Perfil das matrículas
A maior parte dos cursos de graduação é de bacharelado (60%). Em seguida vêm os tecnológicos (20,2%) e as licenciaturas (16,9%). Os cursos tecnológicos foram os que mais cresceram entre 2014 e 2024, alta de 99,5%.
Entre os concluintes do ensino médio em 2023, um terço ingressou no ensino superior no ano seguinte. Na rede federal, 64% seguiram para a graduação, índice superior à média nacional. Na rede estadual, a proporção foi de 27%, enquanto nas escolas privadas chegou a 60%.
O levantamento também aponta que 21,6% dos estrangeiros matriculados em 2024 vieram da África, com destaque para os angolanos. Venezuelanos são o maior grupo de alunos estrangeiros no país.
Instituições
O Brasil possui 2.561 instituições de ensino superior, 2.244 privadas e 317 públicas. As particulares concentram 79,8% das matrículas, com mais de 8 milhões de estudantes.
Entre as públicas, 43,8% são estaduais, 38,5% federais e 17,7% municipais. Mais da metade das universidades do país é pública. Nas federais, quase três quintos são universidades e um terço são Institutos Federais (IFs) ou Cefets.
Cursos mais procurados
A pedagogia foi o curso com maior número de matrículas em 2024 (4,48 milhões), seguida por administração (4,40 milhões) e direito (3,49 milhões). Também se destacam contabilidade (2,07 milhões), enfermagem (1,92 milhão), sistemas de informação (1,76 milhão), gestão de pessoas (1,73 milhão), psicologia (1,32 milhão) e educação física (1,26 milhão).
Mais de 1,3 milhão de estudantes concluíram a graduação no ano passado, sendo 80,8% em instituições privadas. Pedagogia, direito e administração lideraram também entre os cursos com maior número de concluintes.
Corpo docente
De 2014 a 2024, o número de professores cresceu 14,4% na rede pública e caiu 19,5% na rede privada. No ano passado, havia 182,9 mil docentes no setor público e 150,9 mil nas instituições particulares.
A média de idade dos professores é de 43 anos. A maioria é homem nas instituições públicas e mulher nas privadas. Doutores predominam no ensino público, enquanto na rede privada prevalecem mestres.
Na rede pública, a maior parte dos docentes atua em tempo integral; na privada, em regime parcial.
Com informações e imagem da Agência Brasil