Campo Grande pode ganhar voos diretos para o Chile. A proposta foi discutida na quinta-feira (30) em reunião entre representantes da Prefeitura, do governo chileno e do setor produtivo, com o objetivo de viabilizar uma rota comercial e turística entre a capital sul-mato-grossense e a cidade de Iquique.
A ligação aérea é considerada um dos próximos passos concretos da Rota Bioceânica, corredor logístico que ligará o Centro-Oeste brasileiro ao Oceano Pacífico, passando por Paraguai e Argentina até chegar ao norte do Chile. A iniciativa busca facilitar o comércio exterior e ampliar a integração econômica e turística entre os países.
A prefeita Adriane Lopes afirmou que a proposta representa uma nova etapa na consolidação da rota. “Estamos recepcionando aqui na Prefeitura o prefeito Maurício Soria, de Iquique, para tratarmos de um voo comercial e turístico entre as nossas cidades. Esse é um passo importante para viabilizar a Rota Bioceânica, gerando oportunidades e fortalecendo o desenvolvimento das nossas regiões. Estamos aqui para fazer essa roda girar”, disse.
O prefeito de Iquique, Maurício Soria, destacou que a conexão aérea entre as cidades tem potencial imediato. “Estamos a apenas três horas de voo entre Campo Grande e Iquique. Temos grandes atrativos turísticos e potencial comercial por meio da Zona Franca e do nosso porto. A rota bioceânica já é uma realidade e essa ligação aérea será essencial para gerar empregos e desenvolvimento para ambas as cidades”, afirmou.
De acordo com o diplomata João Carlos Parkinson, especialista na integração sul-americana, a ligação entre Campo Grande e Iquique se encaixa na lógica de diversificação dos modais de transporte da rota. “O voo Campo Grande-Iquique tem demanda e sustentação para fortalecer o corredor bioceânico. Empresários sul-mato-grossenses precisam conhecer as vantagens da Zona Franca de Iquique, que reúne mais de 600 empresas de diferentes nacionalidades. Essa integração pode gerar emprego, agregar valor e impulsionar o desenvolvimento regional”, disse.
O diretor do Aeroporto Internacional de Campo Grande, Usiel Paulo Vieira, afirmou que a estrutura da capital está pronta para receber voos internacionais. “Campo Grande tem estrutura completa para receber qualquer tipo de aeronave e realizar operações de cargas e passageiros com destino a Iquique. Temos terminal de cargas preparado para despacho aduaneiro e terminal de passageiros pronto para receber voos internacionais”, explicou.
Representando o setor produtivo, o presidente do Sindha/MS, Juliano Wertheimer, destacou o impacto econômico e turístico da proposta. “Esse voo é estratégico. Ele conecta a capital da Rota Bioceânica ao Oceano Pacífico e cria um novo eixo logístico entre o Brasil e o Chile. Além do potencial empresarial, há também um enorme atrativo turístico, que une o Pantanal aos Andes e ao Pacífico”, afirmou.
As tratativas começaram durante o VII Fórum Subnacional do Corredor Bioceânico, realizado em outubro, em Jujuy, na Argentina, quando Campo Grande iniciou o diálogo com autoridades chilenas. A expectativa é que, com o avanço das negociações e os ajustes técnicos e diplomáticos necessários, o voo direto seja viabilizado nos próximos anos.



















