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O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira (26) que Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, será a sede da 15ª Reunião da Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS, na sigla em inglês). O evento será realizado entre os dias 23 e 29 de março de 2026.

Será a primeira vez desde 2014 que uma Conferência das Partes da CMS ocorrerá na América Latina. O encontro reunirá governos, cientistas, comunidades indígenas e organizações da sociedade civil para discutir medidas de conservação de espécies que atravessam fronteiras.

“Sediar a COP15 da Convenção sobre Espécies Migratórias em Campo Grande reforça o compromisso do Brasil com a proteção da biodiversidade por meio da preservação da fauna silvestre migratória. O Pantanal, um dos biomas mais ricos e vibrantes do mundo, será o cenário ideal para esse diálogo internacional sobre conservação e desenvolvimento sustentável”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Risco de extinção

Muitas das espécies migratórias desempenham papéis fundamentais na manutenção dos ecossistemas, auxiliando na polinização, dispersão de sementes e controle de pragas. No entanto, elas enfrentam riscos crescentes devido à destruição de habitats, superexploração e mudanças climáticas.

“Animais migratórios conectam o planeta, cruzando continentes, oceanos e céus em jornadas incríveis a cada ano, mas enfrentam pressões sem precedentes. A COP15 da CMS em Campo Grande é uma oportunidade para fortalecer a cooperação internacional e adotar medidas transformadoras que garantirão o futuro das espécies migratórias e seus ecossistemas vitais”, disse a secretária-executiva da CMS, Amy Fraenkel.

Um relatório divulgado na COP14, realizada no Uzbequistão em 2024, apontou que a superexploração e a destruição de habitats são as principais ameaças às espécies migratórias. O estudo também destacou o impacto de fatores como mudanças climáticas, poluição e a introdução de espécies invasoras.

Compromisso internacional

A CMS, vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), foi criada em 1979 e conta com a adesão de 133 países. O tratado busca promover a conservação e o uso sustentável de animais migratórios e seus habitats em nível global.

A escolha do Brasil como sede reforça o posicionamento do país na agenda ambiental internacional. “Nessa conjuntura de instabilidade no multilateralismo, reforço o firme intuito do Brasil de tecer um futuro sustentável, justo e inclusivo, e conclamo a todos a tornar a COP15 no Pantanal um evento exitoso”, disse Marina Silva.

A Conferência das Partes (COP) é o principal órgão decisório da CMS e ocorre a cada três anos. Durante o evento, os países participantes definem estratégias e prioridades para o próximo triênio.

Foto: Flávio André de Souza/MTur

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