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O desperdício de alimentos continua sendo um desafio global e nacional. Segundo levantamento recente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), realizado em parceria com a WRAP, cada brasileiro desperdiça, em média, 94 quilos de alimentos por ano apenas no consumo doméstico. O dado reforça a urgência de repensar hábitos cotidianos, tanto por uma questão ambiental quanto econômica.

Para a nutricionista Claudia Mulero, da rede Água Doce Sabores do Brasil, o primeiro passo é a conscientização. “Quando aproveitamos integralmente os alimentos, aumentamos o valor nutricional das refeições, economizamos recursos e ainda desenvolvemos a criatividade culinária. Ao adotarmos hábitos mais conscientes, contribuímos para a construção de uma cadeia alimentar mais sustentável, beneficiando o meio ambiente, fortalecendo a economia doméstica e promovendo um olhar mais responsável sobre a forma como nos relacionamos com os alimentos”, afirma.

A especialista destaca que o desperdício começa antes mesmo do preparo das refeições e pode ser evitado com planejamento. Segundo ela, “elaborar um cardápio semanal antes de ir ao mercado ou à feira permite calcular com precisão a quantidade de alimentos necessária para cada refeição”. Dessa forma, é possível evitar compras em excesso, reduzir sobras e variar o cardápio com os mesmos ingredientes, o que contribui também para uma alimentação mais equilibrada.

Outro ponto essencial é o armazenamento correto. Claudia orienta que cada categoria de produto deve ocupar um espaço específico. Hortaliças higienizadas e armazenadas em potes fechados, grãos guardados em recipientes herméticos e carnes cruas na parte inferior da geladeira são práticas que, segundo ela, mantêm a ordem e reduzem riscos de contaminação.

O aproveitamento integral dos alimentos é outro hábito que ajuda a reduzir significativamente o descarte. Cascas, talos e sementes podem ser transformados em preparações nutritivas e saborosas, como refogados, caldos ou petiscos. Partes que muitas vezes são jogadas fora, como cascas de batata ou sementes de abóbora, podem ser reaproveitadas e garantir novos sabores à mesa.

Para além do aproveitamento, Claudia recomenda o reaproveitamento criativo de sobras. Arroz pode virar bolinhos, purês podem se transformar em base para tortas salgadas e carnes desfiadas podem rechear panquecas. O que iria para o lixo pode ganhar uma nova versão no prato, resume.

O controle das porções também contribui para reduzir perdas e manter a alimentação equilibrada. Preparar apenas o necessário evita sobras e ajuda no controle da dieta. Porções adequadas permitem equilibrar a ingestão de nutrientes e reduzem o consumo excessivo de alimentos, orienta.

Por fim, o congelamento inteligente é apontado como uma das estratégias mais eficazes para preservar alimentos e nutrientes. A nutricionista explica que dividir os alimentos em porções menores facilita o consumo e evita o descarte. Carnes grandes podem durar até um ano congeladas, enquanto pratos prontos e pães não devem ultrapassar três meses.

As seis práticas planejamento, armazenamento correto, aproveitamento integral, reaproveitamento criativo, controle das porções e congelamento formam um conjunto de atitudes simples que, segundo a especialista, têm potencial para transformar a relação das pessoas com a comida. Pequenas mudanças de hábito podem gerar grandes impactos no meio ambiente, na saúde e no bolso.

Foto: Freepik

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