Levantamento do IBGE aponta avanço na expectativa de vida e redução da mortalidade infantil
A expectativa de vida do brasileiro alcançou 76,6 anos em 2024, o maior nível da série histórica iniciada em 1940 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, o indicador era de 76,4 anos. A projeção mostra quantos anos, em média, uma pessoa tende a viver se as atuais condições de mortalidade forem mantidas.
Na comparação com o início da série, o avanço é de 31,1 anos. Em 1940, um recém-nascido tinha esperança de viver 45,5 anos. Os dados compõem a Tábua da Mortalidade, divulgada nesta sexta-feira (28).
O levantamento também destaca países com as maiores expectativas de vida: Mônaco (86,5 anos), San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4).
De acordo com o IBGE, a tendência é de crescimento contínuo da expectativa de vida, com exceção do período da covid-19. Em 2019, o indicador era de 76,2 anos e caiu para 72,8 anos em 2021. A recuperação tem sido gradual.
Evolução recente da expectativa de vida ao nascer:
2000: 71,1 anos
2010: 74,4 anos
2019: 76,2 anos
2020: 74,8 anos
2021: 72,8 anos
2022: 75,4 anos
2023: 76,4 anos
2024: 76,6 anos
Diferença entre homens e mulheres
A projeção mostra que as mulheres seguem vivendo mais do que os homens. Em 2024, a expectativa feminina chegou a 79,9 anos, enquanto a masculina ficou em 73,3 anos. A diferença de 6,6 anos já foi menor: em 1940, era de 5,4 anos. O maior distanciamento ocorreu em 2000, com 7,8 anos.
A Tábua da Mortalidade também calcula a sobremortalidade masculina, que compara taxas de mortalidade de homens e mulheres. Em 2024, entre jovens de 20 a 24 anos, o índice foi de 4,1. Segundo o IBGE, isso indica que homens dessa faixa etária tinham 4,1 vezes mais chance de não chegar aos 25 anos do que mulheres.
A análise aponta que o aumento dessas diferenças ao longo das décadas está ligado ao processo de urbanização do país. “A partir dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas ou não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito etc.) passaram a elevar as taxas de mortalidade da população, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino”, afirma o instituto.
Os dados são usados pelo governo para ajustar o fator previdenciário, que influencia o cálculo das aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O estudo estima quantos anos uma pessoa deve viver após atingir determinadas idades.
Em 2024, quem chega aos 60 anos tem, em média, mais 22,6 anos de vida, 20,8 anos para homens e 24,2 anos para mulheres. Em 1940, essa projeção era de 13,2 anos.
Para quem completa 80 anos, a expectativa adicional é de 9,5 anos entre mulheres e 8,3 anos entre homens. Em 1940, esses números eram de 4,5 e 4 anos, respectivamente.
Mortalidade infantil recua
A mortalidade infantil, mortes de crianças com menos de 1 ano, caiu para 12,3 por mil nascidos vivos em 2024, após registrar 12,5 em 2023. O dado ainda está acima do registrado em 2000 (11,4), mas mostra retomada da tendência de melhora. Em 1940, o índice era de 146,6 por mil.
Evolução da mortalidade infantil (por mil nascidos):
1940: 146,6
1960: 117,7
1980: 69,1
2000: 28,1
2020: 11,4
2023: 12,5
2024: 12,3
O IBGE atribui a queda ao fortalecimento de políticas públicas como vacinação em massa, acompanhamento pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, atuação de agentes comunitários e programas de nutrição infantil. “Também contribuíram para a diminuição desse fatídico indicador os aumentos da renda, da escolaridade e do número de domicílios com acesso a serviços de saneamento adequado”, ressalta o instituto.

















