Durante evento realizado neste fim de semana em Campo Verde (MT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a criação do programa Gás para Todos, que prevê a distribuição gratuita de botijões de gás de cozinha para cerca de 22 milhões de famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
A nova medida vai substituir o atual Auxílio-Gás, que hoje repassa, a cada dois meses, o valor médio do botijão a cerca de 5,4 milhões de famílias, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com a reformulação, o benefício será pago mensalmente. O objetivo, segundo o governo, é reduzir o peso do gás de cozinha no orçamento de famílias em situação de vulnerabilidade social.
“Estão dizendo que o botijão de gás custa R$ 120. Sabe a quanto sai o botijão na Petrobras? A R$ 37. Não tem explicação. Tem alguém ganhando muito dinheiro”, afirmou o presidente Lula durante o discurso.
Custo estimado e indefinição sobre recursos
Com base nos R$ 108 pagos por família em abril pelo Auxílio-Gás, uma estimativa preliminar indica que o custo do programa pode subir de aproximadamente R$ 580 milhões a cada dois meses para R$ 4,75 bilhões no mesmo período — ou seja, cerca de R$ 2,37 bilhões por mês.
Apesar do anúncio, o governo ainda não esclareceu de forma definitiva qual será a fonte de financiamento do novo benefício. O Ministério de Minas e Energia propõe o uso do Fundo Social do pré-sal, enquanto a equipe econômica defende que os recursos sejam obtidos via Orçamento Federal.
Programa faz parte de pacote social mais amplo
O Gás para Todos integra um pacote de medidas sociais anunciadas nas últimas semanas. Entre elas estão uma nova linha de crédito para reformas habitacionais e uma medida provisória que amplia o alcance da tarifa social de energia elétrica, que pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros, segundo o governo.
O anúncio ocorre dias após o Ministério da Fazenda informar um aumento na alíquota de impostos sobre operações financeiras, medida adotada para ampliar a arrecadação e garantir espaço no orçamento de 2025 diante do cumprimento da meta fiscal.
Com informações do The News
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil