Após as fortes chuvas que atingiram Campo Grande nesta semana, a Câmara Municipal irá abrir debate para decretar estado de emergência na cidade. A medida busca facilitar o acesso do Executivo a recursos federais para recuperação da infraestrutura danificada.
O presidente, vereador Epaminondas Neto (PSDB), o Papy, e o vereador Landmark (PT), da Comissão de Obras e Serviços Públicos, acompanharam o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, em vistorias aos bairros afetados.
A visita passou pelo Chácara Cachoeira, onde uma erosão comprometeu o acesso de propriedades locais, e pelo bairro Noroeste, também atingido. Durante o levantamento dos estragos, Papy defendeu a necessidade de uma resposta legislativa. “A Câmara está presente para se solidarizar com os moradores afetados pelas chuvas e demonstrar apoio à Prefeitura de Campo Grande. Estamos à disposição para votar matérias em caráter de emergência, pois a situação é de calamidade”, afirmou. Segundo ele, “com um decreto de estado de emergência o município consegue acessar recursos federais de forma imediata para socorrer Campo Grande, que passa por um grave problema financeiro”.
Landmark reforçou que os danos provocados pelas chuvas atingem todas as regiões da capital. “É um momento delicado. É possível buscar esses recursos federais, desde que a Câmara autorize. Nesse momento a Câmara está presente, acompanhando os trabalhos de levantamento. Há vários bairros com problemas. No momento oportuno vamos apreciar o projeto de declaração de emergência”, disse.
Responsável pelas obras, o secretário Marcelo Miglioli informou que a Prefeitura planeja iniciar o aterramento da erosão no bairro Chácara dos Poderes assim que cessarem as chuvas. “Não havendo chuva, vamos trabalhar já no fim de semana aqui. É uma situação que não dá pra fazer nada com chuva. Temos que recompor o aterro”, explicou.
Miglioli também anunciou que negocia com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) soluções para conter transbordamentos do Lago do Amor, como ocorreu em março. “Temos pré-projeto e tivemos uma conversa com a UFMS. Vamos avançar nessa pauta para alocar recursos e resolver o problema. A solução é fazer o desassoreamento do Lago do Amor e da bacia de contenção do Rádio Clube, que está totalmente tomada por material sólido, além de instalação de caixas de contenção para barrar esse material sólido. Engenharia se faz com planejamento, projeto e execução. Para a terceira etapa é preciso recursos e estamos atrás disso agora”, completou.
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o volume de chuvas registrado na última quinta-feira (24) em Campo Grande chegou a 88 milímetros. A Defesa Civil mantém alerta laranja até sábado (26), e a prefeitura contabiliza 328 ocorrências de quedas de árvores ou galhos. Em casos de emergência, a população deve acionar o órgão pelo telefone 199.