O governo federal lançou neste mês o Gás do Povo, programa que substitui o Auxílio Gás dos Brasileiros e promete ampliar o acesso ao botijão de gás de cozinha (GLP). A medida prevê gratuidade para 15,5 milhões de famílias em todo o país, alcançando cerca de 50 milhões de pessoas.
Em Mato Grosso do Sul, o benefício chegará a 159.709 famílias, no estado, o preço do botijão de 13 kg varia entre R$ 95 e R$ 130.
O objetivo do programa é reduzir a chamada pobreza energética quando famílias não conseguem custear o gás e recorrem à lenha ou outros combustíveis poluentes, com riscos para a saúde. Mulheres chefes de família, maioria entre os beneficiários, são as mais expostas a esses efeitos.
Quem terá direito?
O Gás do Povo é destinado a famílias inscritas no Cadastro Único, com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759). A prioridade será para aquelas que já recebem o Bolsa Família, cuja renda máxima é de R$ 218 por pessoa.
É preciso atualizar o cadastro?
Sim. A atualização do CadÚnico é obrigatória para manter o benefício. O governo alerta que dados desatualizados ou incorretos, como CPF irregular, podem impedir o acesso ao programa.
Quando começa a valer?
A transição será gradual. Os primeiros botijões devem ser entregues em novembro. Em março de 2026, todas as 15,5 milhões de famílias cadastradas já devem estar incluídas.
Como retirar o botijão?
O beneficiário terá de procurar uma revenda credenciada próxima de sua residência. A retirada será autorizada por meio de:
- aplicativo do programa (vale digital);
- cartão específico;
- QR Code disponível nas agências da Caixa Econômica Federal;
- ou Cartão do Bolsa Família.
O desconto será validado eletronicamente no ato da compra. Não haverá repasse de dinheiro às famílias.
Posso perder o benefício?
Não há bloqueio se o vale eletrônico não for emitido. O benefício só será suspenso se a família deixar de atender aos critérios de elegibilidade, como renda ou atualização cadastral.
Quantos botijões por ano?
- Famílias com dois integrantes: até 3 botijões por ano (a cada 4 meses);
- Três integrantes: até 4 botijões por ano (a cada 3 meses);
- Quatro ou mais integrantes: até 6 botijões por ano (a cada 2 meses).
E se não houver revenda credenciada no município?
A regra obriga que distribuidoras com participação de ao menos 10% no estado garantam a oferta do benefício. Caso não exista revenda no município, o morador deverá se deslocar até a cidade mais próxima que tenha revenda habilitada.
Financiamento e custo
O programa será custeado integralmente por recursos do orçamento federal. Para 2025, estão previstos R$ 3,57 bilhões; em 2026, o valor sobe para R$ 5,1 bilhões.
O valor pago à revenda será definido pelo preço médio de referência em cada estado, atualizado periodicamente pelo Ministério de Minas e Energia e pela Fazenda com base em dados da ANP.
Transição energética e saúde
O governo defende que o programa contribui para metas internacionais do Brasil, como o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 7 da ONU, que prevê acesso universal à energia limpa.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cozinhar com lenha aumenta o risco de doenças respiratórias, sobretudo em mulheres e crianças. Em abril de 2025, 90% dos lares atendidos pelo antigo Auxílio Gás tinham mulheres como chefes de família.
Serviço
Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone 121, disponível 24 horas por dia, ou pelo canal FalaBR.
Com informações e imagem do Governo Federal