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O número de acidentes com escorpiões continua crescendo no Brasil e tem preocupado autoridades de saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 111 mil casos e 132 mortes foram registrados até julho deste ano. O risco é ainda maior entre crianças, que são mais vulneráveis ao veneno e muitas vezes não conseguem relatar o acidente, o que atrasa o diagnóstico e o início do tratamento.

“A picada de escorpião costuma causar muita dor, de aparecimento rápido, e pode evoluir com sintomas graves. Por isso, o atendimento médico imediato é fundamental”, alerta a dermatologista pediátrica Flavia Prevedello, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Segundo a médica, o risco de complicações e morte é mais elevado nas faixas etárias menores de 5 anos.

Como identificar a picada

A picada de escorpião provoca dor intensa e localizada, geralmente acompanhada de vermelhidão e inchaço. O quadro é diferente de picadas comuns, como as de pernilongos ou formigas, que causam coceira leve e múltiplas lesões pequenas.

“Em crianças pequenas, a dor é desproporcional ao tamanho da lesão, o que ajuda a suspeitar do acidente. A picada de escorpião costuma ser única e extremamente dolorosa”, explica Flavia.

Sinais que exigem atendimento urgente

Além da dor local intensa, alguns sintomas sistêmicos indicam que o veneno está se espalhando pelo corpo. Entre eles:

  • Agitação e irritabilidade;
  • Aumento da salivação;
  • Tremores e espasmos musculares;
  • Taquicardia (coração acelerado);
  • Dificuldade para respirar.

“Ao perceber esses sinais, os pais devem levar a criança imediatamente ao pronto-atendimento. Quanto mais rápido, menor o risco de complicações”, reforça a dermatologista.

Em situações de emergência, o SAMU (192) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser acionados. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) também oferece atendimento gratuito por telefone, pelo número 0800 644 6774, com médicos e enfermeiros especializados em casos de intoxicação e acidentes com animais peçonhentos.

O que não fazer

Segundo a médica, é fundamental evitar medidas caseiras que podem agravar o quadro da criança. Entre os erros mais comuns estão:

  • Automedicar a criança;
  • Fazer torniquetes;
  • Sugar o local da picada;
  • Aplicar pomadas, álcool, óleo ou outros produtos.

“Nada deve ser aplicado ou ingerido sem avaliação médica. A única medida que pode ajudar até chegar à unidade é colocar uma compressa fria sobre o local para aliviar a dor”, orienta.

Tratamento e uso do soro antiescorpiônico

O diagnóstico é clínico e rápido no pronto-atendimento. O tratamento envolve a aplicação do soro antiescorpiônico, responsável por neutralizar o veneno, além do controle dos sintomas.

“Conforme a intensidade, são feitas medidas de suporte para tratar questões cardiovasculares e neurológicas. Às vezes, é preciso usar medicamentos anticonvulsivantes, porque a criança pode apresentar espasmos”, explica a especialista.

Prevenção: atenção redobrada em casa

O escorpião é um animal noturno, que se abriga em locais escuros e úmidos, como frestas, entulhos e ralos. Para evitar acidentes, a médica recomenda medidas simples de prevenção:

  • Manter quintais e ambientes limpos, sem entulhos;
  • Vedar frestas, buracos e ralos;
  • Guardar sapatos e roupas em locais fechados;
  • Afastar berços e camas das paredes;
  • Evitar que roupas de cama encostem no chão.

“O cuidado principal é com a higiene e a organização dos ambientes. Evitar acúmulo de folhas e materiais ajuda a afastar insetos e, consequentemente, os escorpiões que se alimentam deles”, conclui Flavia.

Foto: Agência Brasil

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