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O candidato da direita José Antonio Kast (Partido Republicano) foi eleito presidente do Chile neste domingo (14), ao vencer no segundo turno a ex-ministra do Trabalho Jeannette Jara (Partido Comunista), representante da coalizão governista, aliança de partidos que sustenta o atual governo do presidente Gabriel Boric. Segundo o Serviço Eleitoral do Chile (Servel), Kast obteve mais de 58% dos votos e assumirá o cargo em março do ano que vem. A legislação chilena não permite reeleição.

Cerca de 15,8 milhões de eleitores estavam aptos a votar nesta eleição, marcada pela obrigatoriedade do voto, novidade no processo eleitoral chileno. Na última disputa presidencial, realizada há quatro anos, a abstenção havia sido de 53%.

No primeiro turno, Jeannette Jara, de 51 anos, venceu com 3.476.554 votos (26,85%). Kast, de 59 anos, ficou em segundo lugar, com 3.097.685 votos (23,92%). A soma dos votos das candidaturas de direita, no entanto, superou 50%, o que reforçou a competitividade de Kast no segundo turno. As pesquisas divulgadas ao longo da campanha já indicavam vantagem para o candidato do Partido Republicano.

A campanha eleitoral terminou na sexta-feira (12). Kast defendeu o endurecimento das políticas migratórias, o reforço da lei e da ordem e medidas mais rígidas no combate à criminalidade. Jara apostou em propostas de reformas sociais, combate ao crime e diálogo com eleitores indecisos.

Após a divulgação do resultado, Jeannette Jara reconheceu a derrota. “A democracia falou forte e claro. Acabo de falar com o presidente eleito José Antonio Kast para desejar-lhe êxito pelo bem do Chile”, escreveu ela no X (antigo Twitter). Em discurso posterior, a candidata agradeceu aos apoiadores e afirmou que fará “oposição firme” ao novo governo.

Kast discursou para apoiadores na noite de domingo e afirmou que governará para todos. “Serei o presidente de todos os chilenos”, disse. Ele também pediu respeito entre situação e oposição e prometeu endurecer as leis no combate ao crime. “Para esses delinquentes, a vida vai mudar”, afirmou. O novo presidente eleito declarou ainda que pretende dialogar com diferentes setores políticos. “Se vamos combater o crime organizado, precisamos de vocês também”, disse, ao se dirigir à oposição.

O atual presidente Gabriel Boric parabenizou Kast pela vitória e afirmou que irá facilitar o processo de transição. Os dois devem se reunir nesta segunda-feira (15).

Perfil do presidente eleito
Líder do Partido Republicano, Kast será o presidente mais à direita do Chile desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990. Esta foi a terceira vez que ele disputou a Presidência. Em 2021, foi derrotado por Boric.

Entre suas principais propostas estão o endurecimento do combate ao crime, a ampliação dos poderes das forças de segurança e o controle mais rigoroso da imigração irregular. Kast defende a expulsão de cerca de 340 mil imigrantes sem documentos e a criação de um “escudo fronteiriço”, que inclui muro, trincheira e o envio de militares à fronteira com a Bolívia.

Embora o Chile esteja entre os países mais seguros da América Latina, a criminalidade é apontada como a principal preocupação da população. Segundo o instituto Ipsos, 63% dos chilenos veem o tema como o maior problema do país. Em dez anos, os homicídios cresceram 140%, e em 2024 foram registrados 868 sequestros, alta de 76% em relação a 2021.

Relação com o Brasil
O Chile é o maior produtor mundial de cobre e o segundo maior produtor de lítio. O país não faz fronteira com o Brasil, mas mantém relações comerciais relevantes. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil é o principal parceiro comercial do Chile na América do Sul, com predominância de bens industriais. Já o Chile é o sétimo maior parceiro comercial do Brasil e responde por 2,1% da corrente de comércio brasileira.

Em abril de 2025, durante o Fórum Empresarial Brasil-Chile, realizado em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que empresários dos dois países devem aprofundar os acordos comerciais para impulsionar o crescimento econômico. Na ocasião, Lula disse que o Brasil precisa ter flexibilidade para fortalecer as relações bilaterais, ao lado do então presidente chileno Gabriel Boric.

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