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O termo “COP30” tem movimentado as plataformas de informação. Só no Brasil, as buscas relacionadas ao tema cresceram 440% em agosto, segundo dados do Google. A curiosidade é reflexo da expectativa em torno do evento mundial que o país sediará em 2025. Mas, afinal, o que é a COP30?

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) é um dos principais encontros internacionais deste ano. No Brasil estarão reunidos líderes mundiais, cientistas, empresas, ONGs e representantes da sociedade civil para discutir ações concretas de combate às mudanças climáticas.

Quando acontece?

A COP30 acontece em Belém (PA) e tem duas etapas principais:

  • Cúpula de Chefes de Estado: dias 6 e 7 de novembro de 2025
  • Conferência oficial: de 10 a 21 de novembro de 2025

Durante duas semanas, a capital paraense é palco de negociações, eventos paralelos e discussões técnicas e políticas sobre o futuro climático do planeta. No período, a capital do Brasil foi transferida temporariamente para Belém. A medida foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 04 de novembro e reflete um gesto simbólico do papel da Amazônia na agenda global. 

Como ela surgiu?

A Conferência das Partes (COP) é o principal órgão decisório da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), criada a partir da Rio-92, no Rio de Janeiro. A primeira edição, a COP1, ocorreu em Berlim, em 1995, e desde então o evento é realizado todos os anos e reúne 198 países signatários da Convenção.

As COPs têm como objetivo revisar o cumprimento dos acordos climáticos e definir novas metas globais para reduzir emissões de gases de efeito estufa, adaptar sociedades aos impactos do aquecimento global e garantir financiamento climático aos países em desenvolvimento.

A COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, em 2024, teve como foco principal o debate sobre financiamento climático e a criação de um novo objetivo coletivo de apoio financeiro a países em desenvolvimento. Os resultados dessa conferência servem de base para as negociações da COP30, que pretende transformar compromissos em ações mais concretas.

A importância de sediar a COP30 no Brasil

Mais de 30 anos após sediar a Rio-92, o Brasil volta a receber uma conferência global de grande porte sobre meio ambiente. A escolha de Belém é simbólica e estratégica: ao sediar o evento no  que é conhecido como “coração da Amazônia”, o país destaca sua biodiversidade e a busca pela preservação dos ecossistemas e a transição energética nacional.

O governo federal considera a conferência uma oportunidade de projetar internacionalmente o Brasil em discussões de áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono. 

Como foram escolhidas as pautas e por que são centrais

As discussões da COP30 refletem prioridades definidas ao longo das negociações internacionais e pelos avanços da ciência do clima. A conferência abordará temas que combinam urgência ambiental, responsabilidade social e inovação tecnológica.

Entre os principais eixos temáticos estão:

  • Redução das emissões de gases de efeito estufa;
  • Adaptação às mudanças climáticas;
  • Financiamento climático para países em desenvolvimento;
  • Avanço das energias renováveis e soluções de baixo carbono;
  • Preservação de florestas e biodiversidade;
  • Justiça climática e impactos sociais das mudanças climáticas.

Esses temas têm adquirido relevância no contexto atual. Os países afirmam que enfrentar o aquecimento global exige unir mitigação e adaptação, apoiar financeiramente os países mais vulneráveis e transformar a matriz energética sem ampliar desigualdades sociais.

No caso do Brasil, essas discussões ganham ainda mais atenção. O país possui uma das maiores coberturas florestais do planeta e tem papel decisivo na regulação do clima global, especialmente por causa da Amazônia.

Estrutura e funcionamento da conferência

Durante a COP30, eventos ocorrerão simultaneamente todos os dias, divididos em duas grandes áreas:

  • Zona Azul: espaço oficial da ONU, onde acontecem as negociações políticas, encontros diplomáticos e sessões plenárias entre países.
  • Zona Verde: voltada ao público em geral, com painéis, exposições, debates culturais e apresentações de ONGs, universidades e empresas.

Cerca de 50 mil pessoas são esperadas em Belém, incluindo delegações de 198 países, integrantes da ONU e observadores internacionais. Segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o evento poderá atrair entre 40 e 50 mil visitantes, o que também movimenta a economia local e consolida o Brasil como anfitrião de grandes eventos ambientais.

A COP30 será presidida pelo embaixador André Corrêa do Lago, com Ana Toni como CEO da conferência. As ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) devem ter papel ativo nas discussões.

Além dos representantes brasileiros, a cúpula reúne chefes de Estado, líderes políticos, cientistas e ativistas ambientais de todo o mundo, e marca um momento decisivo para definir os rumos das políticas climáticas globais. Há expectativa de que o encontro em Belém gere avanços nas negociações globais e reforce o debate sobre soluções sustentáveis, cooperação entre nações e a implementação efetiva dos acordos ambientais já firmados.

Autoridades em peso 

A COP30 conta com a presença de chefes de Estado, ministros e representantes de organismos internacionais. As lideranças participam de encontros políticos, painéis técnicos e negociações voltadas à implementação dos compromissos climáticos firmados em conferências anteriores.

Da Europa, participam nomes de destaque como o presidente da França, Emmanuel Macron; o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz; o chefe de governo da Espanha, Pedro Sánchez; o premiê britânico, Keir Starmer; além dos líderes de Portugal, Luís Montenegro, e da Holanda, Dick Schoof.

Na América Latina, confirmaram presença os presidentes Gustavo Petro, da Colômbia; Gabriel Boric, do Chile; e Xiomara Castro, de Honduras.

A China é representada pelo vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang, enquanto os Estados Unidos enviaram uma equipe técnica para acompanhar as discussões.

Entre os representantes de organismos internacionais estão Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia; António Costa, presidente do Conselho Europeu; e António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas. Também participam o príncipe Albert II, de Mônaco, e o príncipe William, do Reino Unido.

Líderes de países como Finlândia, Namíbia, Guiana, Comores, Palau, Suriname, Letônia, Síria, Suécia e Congo-Brazzaville completam a lista de participantes do evento.

Foto de capa: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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