Animal foi atendido por especialistas no CRAS, em Campo Grande, e ganhou 13 quilos antes de ser levado ao Instituto Ampara Animal, em Amparo (SP)
A onça-pintada capturada no último dia 24 de abril no Pantanal sul-mato-grossense foi transferida, nesta quinta-feira (15), para um mantenedor de fauna silvestre no município de Amparo (SP), após passar 21 dias sob cuidados veterinários no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande.
O animal, um macho adulto com cerca de 9 anos de idade, foi resgatado em condição debilitada nas proximidades do pesqueiro Touro Morto, no encontro dos rios Miranda e Aquidauana, com apoio da Polícia Militar Ambiental, do Instituto de Meio Ambiente de MS (Imasul), do ICMBio e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A captura foi realizada em conjunto com o professor e pesquisador Gediendson Araújo, especialista em animais de grande porte, do projeto Reprodução para Conservação (Reprocon).
No momento da captura, a onça pesava 94 quilos – bem abaixo dos cerca de 120 kg esperados para um animal da sua idade e porte. No CRAS, o felino recebeu atendimento veterinário intensivo, passou por exames como raio-x, ultrassom e hemograma, e ganhou 13 kg, alcançando 107 kg.
“Demos um suporte principalmente nutricional e de hidratação, porque chegou desidratado, com baixo peso. Os primeiros exames deram algumas alterações que eram agudas, mas que ao longo do período foram se tornando estáveis. O animal ganhou bastante peso, de forma geral evoluiu bem”, explicou Aline Duarte, gestora do Hospital Veterinário Ayty e coordenadora do CRAS.
Segundo a veterinária, o animal foi alimentado com dieta carnívora e recebeu suplementações, incluindo hepatoprotetores. “É um animal carnívoro, então a base da alimentação dele era a carne, e também a gente dava algumas suplementações de tratamento, medicamento, um hepatoprotetor por causa do fígado, mas não tinha nenhum problema de saúde grave.”
Com a melhora no quadro clínico, a onça foi transferida para o Instituto Ampara Animal, que mantém um espaço destinado exclusivamente ao acolhimento de animais silvestres que não podem mais retornar à natureza, por conta de interferência humana ou outras limitações.
“O local não tem qualquer tipo de visitação. Os nossos recintos são todos muito grandes, com grotões de mata nativa, cercados. São o mais próximo possível do que o animal iria encontrar em vida livre”, afirmou Jorge Salomão, veterinário e responsável técnico da Ampara Silvestre. “Recebemos animais que não podem voltar para a vida livre, por diversos motivos, cada um com o seu motivo específico.”
Atualmente, o espaço abriga oito onças – cinco pintadas e três pardas – e busca promover bem-estar e qualidade de vida em ambientes controlados, com recintos que variam de mil a quase seis mil metros quadrados.
A onça-pintada é considerada um dos principais símbolos do Pantanal, e sua presença é indicativo de equilíbrio ecológico. “A espécie é muito importante, sinônimo de ambiente saudável, emblemática, que representa muito o nosso país, que traz muitos benefícios”, afirmou Salomão.
Durante o período em que esteve no CRAS, o animal foi acompanhado por uma equipe com experiência reconhecida nacionalmente no atendimento à fauna pantaneira. “A onça-pintada é conhecida como a rainha do Pantanal, é um animal de grande porte, muito bonito e que demonstra a riqueza do nosso bioma, o Pantanal, e do nosso Estado. Foi mais uma boa experiência que o CRAS teve, de poder atender adequadamente um animal desse porte”, concluiu Aline Duarte.
Com informações e imagem do Governo de Mato Grosso do Sul