Sete governadores aliados se reuniram nesta quinta-feira (30) no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, e anunciaram a criação de um “Consórcio da Paz”, iniciativa que pretende integrar as forças de segurança e as áreas de inteligência dos estados no combate ao crime organizado.
O encontro ocorreu dois dias após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos, a mais letal da história do Rio. A ação foi elogiada pelos governadores presentes, que manifestaram apoio ao governador Cláudio Castro (PL-RJ), responsável pela operação.
“Faremos um consórcio no modelo de outros que já existem, para que possamos dividir experiências e soluções no combate ao crime organizado. Propus que a sede seja no Rio de Janeiro”, afirmou Castro. Segundo ele, uma nova reunião deve ser realizada nas próximas semanas para convidar outros estados a aderirem à iniciativa.
Além do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), participaram do encontro os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, que acompanhou o debate de forma virtual. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, também esteve presente.
Durante a reunião, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), destacou que o enfrentamento à criminalidade precisa ultrapassar fronteiras estaduais e ser tratado como uma pauta nacional.
“Não há como não se sensibilizar com o que aconteceu aqui. É lamentável que tenhamos chegado a esse ponto. Temos que refletir sobre como enfrentar essa realidade e como o poder público pode retomar o controle de áreas dominadas pelo crime”, disse Riedel.
O governador alertou para o crescimento do crime organizado no país e a relação direta entre as facções e o tráfico internacional de drogas.
“Aprendemos 500 toneladas de drogas no último ano em Mato Grosso do Sul, um estado de baixa densidade demográfica. Isso mostra que há uma conexão clara entre o crime no Rio e a nossa segurança nas fronteiras”, afirmou.
Riedel também ressaltou que o combate ao crime organizado deve envolver integração entre os estados e uso estratégico da inteligência policial. “Só há uma maneira de enfrentar isso: com união. Quem achar que o que acontece no Rio não tem conexão com o que ocorre no Mato Grosso do Sul está enganado”, completou.
Segundo ele, a criação do consórcio pode representar um avanço importante para fortalecer a cooperação entre os estados. “O desafio é enorme, mas precisamos deixar de lado a política e buscar soluções conjuntas. A guerra contra o crime está em todo o Brasil”, concluiu.
Próximos passos
Os governadores afirmaram que o Consórcio da Paz ainda será formalizado e que um regulamento interno está em elaboração. A expectativa é que todos os 27 estados da federação sejam convidados a integrar o grupo.
O encontro desta quinta reforçou também a articulação política entre os governadores alinhados ao campo da direita e centro-direita, que defendem uma atuação mais rigorosa das forças de segurança.
Enquanto o consórcio é estruturado, o governo do Rio de Janeiro deve continuar sob análises de órgãos de controle e de direitos humanos por causa do alto número de mortes registradas na operação.
Foto: Governo do RJ/Divulgação
 
								 
								

 
															


















