No Dia Nacional de Conscientização do Retinoblastoma, especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce e dos exames periódicos
No Dia Nacional de Conscientização do Retinoblastoma, celebrado em 18 de setembro, especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce desse tipo raro de câncer ocular que afeta principalmente crianças pequenas. A data reforça a necessidade de acompanhamento oftalmológico desde os primeiros dias de vida.
Segundo a oftalmologista especialista em oncologia ocular do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco, Lídia Guedes, os sinais iniciais podem ser sutis, mas merecem atenção. “O reflexo branco da pupila, chamado leucocoria, é o sinal mais comum e pode ser percebido através de fotos com flash”, explica. Outros sinais possíveis incluem desvio ocular (estrabismo) e inflamações oculares recorrentes.
A doença atinge, em geral, crianças de zero a cinco anos de idade. “Por isso, o alerta deve estar voltado especialmente para essa faixa etária”, reforça a médica.
O diagnóstico precoce pode ser iniciado nos primeiros dias de vida. “O teste do olhinho, realizado na maternidade, é uma triagem importante. Mas é preciso lembrar que um resultado normal não exclui a chance de a criança desenvolver a doença durante a infância”, orienta. Fotos com flash podem revelar alterações no reflexo pupilar, enquanto exames como mapeamento de retina e ultrassonografia ocular confirmam o diagnóstico. A ressonância magnética é necessária para avaliar a extensão da doença.
Por se tratar de uma condição de origem genética, não existe prevenção primária. No entanto, o acompanhamento médico é determinante para o prognóstico. “O diagnóstico precoce traz alta porcentagem de cura e maior chance de preservação do globo ocular e da visão”, ressalta Lídia.
O tratamento depende do estágio da doença. “Nos estágios iniciais, é possível alcançar a cura com quimioterapia e tratamentos locais, como laser, medicação intravítrea e crioterapia. Já em casos mais avançados, a enucleação, que é a remoção do globo ocular, pode ser necessária para garantir a cura”, detalha a especialista.
Ela deixa um recado especial para os pais e responsáveis: “Atentem-se às crianças. Muitas vezes elas não relatarão nenhum sintoma. Por isso, é de extrema importância a realização de exames oftalmológicos periódicos, preferencialmente de forma semestral nos primeiros anos de vida. O diagnóstico precoce salva vidas”.
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