Com a chegada do recesso, médicos recomendam que famílias revisem a caderneta de vacinas antes de viajar; medida evita contratempos e garante proteção durante o período de descanso
Com o início das férias escolares, especialistas alertam para a importância de atualizar o cartão de vacinação, especialmente para quem vai viajar. A medida é considerada essencial tanto para deslocamentos nacionais quanto para viagens ao exterior, e pode evitar desde o agravamento de doenças até impedimentos de embarque por falta de documentos exigidos.
De acordo com a infectologista pediátrica Sylvia Freire, do Sabin Diagnóstico e Saúde, alguns países exigem a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação, principalmente em relação a imunizantes como o da febre amarela e o da Covid-19. “Viajantes que não estejam portando o certificado exigido para o destino escolhido correm o risco de não embarcar. Por isso, é fundamental fazer essa verificação com antecedência junto ao consulado ou embaixada”, afirma.
Mesmo para destinos dentro do Brasil, há cuidados a considerar. Regiões de mata, áreas rurais e locais com histórico de transmissão de doenças como febre amarela demandam atenção à caderneta de vacinação. “Dada a extensão do território brasileiro e suas diferentes características epidemiológicas, é importante observar as recomendações das autoridades sanitárias locais”, diz Freire.
O ideal, segundo a médica, é que as vacinas sejam aplicadas com antecedência, respeitando o intervalo necessário para garantir a proteção. “A vacina contra a febre amarela, por exemplo, deve ser tomada pelo menos dez dias antes da viagem. Já a da hepatite A exige duas doses com intervalo de seis meses entre elas”, explica.
Entre os imunizantes mais recomendados para quem vai viajar, estão os contra gripe (influenza), febre amarela, hepatites A e B, rotavírus, tétano, difteria, poliomielite, meningite, tríplice viral e Covid-19. A lista, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pode variar conforme o destino e as atividades planejadas.
A orientação é procurar uma unidade de saúde para conferir se o esquema vacinal está completo e se há necessidade de doses de reforço. Cada vacina tem seu próprio cronograma e exigências específicas.
Vacinas salvam vidas
Estudo publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Universidade de Washington, e divulgado pela revista científica The Lancet em abril de 2024, aponta que, desde 1974, as vacinas salvaram mais de 154 milhões de vidas no mundo, o equivalente a seis vidas salvas por minuto, nos últimos 50 anos.
Além de proteger o indivíduo, as vacinas evitam internações, complicações de saúde, sequelas e ajudam a reduzir a sobrecarga dos sistemas públicos de saúde com tratamentos prolongados e de alto custo.
Imunizantes importantes para viajantes:
- Hepatite A – indicada para não imunizados, principalmente em regiões com risco de transmissão hídrica e alimentar
- Hepatite B – recomendada para todos, especialmente em casos com risco de exposição a sangue e fluidos corporais
- Febre tifóide – indicada para quem viaja ao Sul da Ásia e regiões endêmicas
- Febre amarela – obrigatória em alguns países e indicada para regiões brasileiras de risco
- Poliomielite – dose adicional pode ser necessária para viagens a países com circulação do vírus
- Raiva – recomendada em áreas com potencial exposição a animais e acesso limitado à profilaxia pós-exposição
- Meningocócica ACWY – sugerida para quem viaja a países da África Subsaariana, onde há surtos sazonais
A recomendação final dos especialistas é clara: vacinar-se é uma forma de garantir férias mais tranquilas e seguras, para você e para todos ao seu redor.
Foto: Prefeitura de Campo Grande