Remessa faz parte do primeiro lote nacional do Trastuzumabe Entansina, que deve reduzir em até 50% a mortalidade por câncer de mama HER2-positivo
No mês do Outubro Rosa, Mato Grosso do Sul receberá nesta quinta-feira (23) um total de 156 frascos do medicamento Trastuzumabe Entansina, incorporado recentemente ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento do câncer de mama do tipo HER2-positivo, uma das formas mais agressivas da doença. O envio faz parte do primeiro lote nacional, que conta com 11.978 unidades, distribuídas entre os estados.
A remessa chegou a Guarulhos (SP) no último dia 13 e será encaminhada à Secretaria Estadual de Saúde, responsável pela distribuição conforme os protocolos clínicos do SUS. O medicamento será destinado a pacientes que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial, geralmente em casos de câncer de mama em estágio III.
Segundo o Ministério da Saúde, a entrega marca um avanço importante na política de atenção oncológica. “É um avanço gigantesco para a oncologia nacional, com o primeiro protocolo clínico voltado a esse tratamento. Trata-se de uma medicação muito esperada pela nossa população, que poderá reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2 positivo. É uma grande vitória para a saúde pública e para o povo brasileiro”, afirmou o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer, José Barreto.
O investimento total do governo federal é de R$ 159,3 milhões para a compra de 34,4 mil frascos-ampola, metade com doses de 100 mg e metade de 160 mg. A negociação permitiu economia de cerca de R$ 165,8 milhões, segundo o ministério, com preço 50% inferior ao valor de mercado.
Ao todo, estão previstos quatro lotes do medicamento. As próximas entregas devem ocorrer em dezembro de 2025, março e junho de 2026, com expectativa de atender 100% da demanda atual do SUS e beneficiar 1.144 pacientes ainda neste ano.
Avanço no tratamento
O Trastuzumabe Entansina atua diretamente nas células tumorais, reduzindo a progressão da doença e ampliando as perspectivas de controle e qualidade de vida. A terapia é considerada de última geração e representa um novo patamar de cuidado oferecido pela rede pública.
Além desse medicamento, o Ministério da Saúde também avança na oferta de inibidores de ciclinas, abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe, indicados para câncer de mama avançado ou metastático com receptor hormonal positivo e HER2-negativo.
A portaria que autoriza a compra descentralizada desses medicamentos será publicada ainda neste mês, permitindo que estados e municípios realizem diretamente a aquisição com financiamento federal. A medida busca otimizar a logística e garantir maior agilidade no início do tratamento.
Diagnóstico e prevenção
O governo federal também anunciou recentemente a ampliação da faixa etária para mamografias no SUS, que agora passam a ser oferecidas a mulheres a partir dos 40 anos, mesmo sem histórico familiar ou sintomas. A mudança tem o objetivo de fortalecer o diagnóstico precoce e reduzir barreiras de acesso ao exame.
Em 2024, mulheres com menos de 50 anos representaram 30% das mamografias realizadas, ultrapassando 1 milhão de exames no país.
Paralelamente, o programa Agora Tem Especialistas começou a operar neste mês com 28 carretas itinerantes voltadas ao atendimento de saúde da mulher. A iniciativa percorre 20 estados e leva serviços de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero a regiões com menor cobertura assistencial.
























