Uma nova diretriz brasileira de manejo da pressão arterial passou a considerar a aferição de 12 por 8 mmHg não mais como pressão normal, mas como um indicativo de pré-hipertensão. O documento foi elaborado em conjunto pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia e Sociedade Brasileira de Hipertensão, e publicado nesta sexta-feira (19).
Segundo o texto, a mudança tem como objetivo identificar precocemente indivíduos em risco e incentivar intervenções mais proativas e não medicamentosas, buscando prevenir a progressão para quadros de hipertensão plena.
“Atualização essencial para quem busca fazer medicina baseada em evidências e alinhada às recomendações mais recentes”, afirmou a SBC em publicação nas redes sociais, reforçando a importância do documento para orientar a prática clínica em todo o país.
De acordo com a diretriz, para que a pressão arterial seja considerada normal, o valor precisa ser inferior a 12 por 8 mmHg. Valores iguais ou superiores a 14 por 9 mmHg continuam sendo classificados como hipertensão, em seus estágios 1, 2 e 3, conforme aferição realizada pelo profissional de saúde em consultório.
Especialistas ressaltam que a reclassificação não significa que pacientes com pressão de 12 por 8 devem iniciar tratamento medicamentoso imediatamente. O objetivo é estimular mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, prática de atividade física, redução do consumo de sal e controle do estresse.
A SBC e as demais sociedades recomendam que indivíduos com pressão nesta faixa realizem monitoramento regular e procurem orientação médica para avaliação de risco cardiovascular global.
A atualização faz parte de um esforço mais amplo de prevenção primária da hipertensão, alinhada às evidências internacionais, e busca reduzir a incidência de complicações graves, como infarto, acidente vascular cerebral e insuficiência renal.
Com informações e imagem da Agência Brasil