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Manter a saúde da tireoide em dia é essencial para o equilíbrio do organismo. A glândula, localizada na parte anterior do pescoço e com formato semelhante ao de uma borboleta, produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), responsáveis por regular funções vitais, como o metabolismo, a temperatura corporal e o ritmo cardíaco. Alterações em seu funcionamento podem causar distúrbios hormonais com impactos significativos na saúde.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), cerca de 50% a 60% da população brasileira pode desenvolver nódulos na tireoide ao longo da vida. A maioria deles, entre 85% e 90%, é benigna. Em alguns casos, porém, esses nódulos estão associados a doenças autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto, que pode causar hipotireoidismo, ou a nódulos funcionantes (“quentes”), que produzem hormônio em excesso e levam ao hipertireoidismo.

Distúrbios opostos: hipo e hipertireoidismo

O hipertireoidismo ocorre quando a glândula produz hormônios em excesso, acelerando o metabolismo. Entre os sintomas mais comuns estão agitação, taquicardia, insônia e perda de peso. Já o hipotireoidismo, resultado da baixa produção hormonal, desacelera o metabolismo e pode provocar sonolência, constipação, queda de cabelo, pele ressecada e ganho de peso.

De acordo com a endocrinologista Natália Cinquini, do Sabin Diagnóstico e Saúde, as alterações hormonais podem ser identificadas por meio de exames laboratoriais simples. “O TSH e o T4 livre são os principais exames utilizados para avaliar a função da glândula. Quando há alterações, solicitamos também a dosagem de anticorpos, como anti-tireoperoxidase, anti-tireoglobulina e TRAb, que ajudam a definir o tipo de distúrbio”, explica.

Mas a médica explica que o tratamento depende do diagnóstico. “No hipotireoidismo, fazemos a reposição com levotiroxina, que substitui o hormônio em falta. Já no hipertireoidismo, utilizamos medicamentos antitireoidianos, como metimazol e propiltiouracil. Em alguns casos, indicamos o uso de iodo radioativo ou cirurgia para retirada da glândula, sempre de acordo com a avaliação clínica de cada paciente”.

Acompanhamento é essencial, mesmo sem sintomas

Especialistas reforçam que muitas disfunções da tireoide podem evoluir de forma silenciosa, sem sintomas perceptíveis nas fases iniciais. Por isso, é fundamental realizar avaliações médicas regulares, especialmente em grupos de risco, como gestantes, pessoas com doenças autoimunes (como diabetes tipo 1) e pacientes com síndromes genéticas, como Down e Turner.

“É comum que o paciente só descubra o problema após uma rotina de exames. O diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento no momento certo, evitando complicações”, afirma Natália.

Hábitos saudáveis ajudam na prevenção

Embora os distúrbios tireoidianos tenham forte componente genético e autoimune, alguns hábitos de vida podem ajudar a proteger a glândula. A dieta equilibrada com quantidade adequada de iodo, presente no sal iodado, em peixes e frutos do mar, é fundamental para o bom funcionamento da tireoide.

Evitar o tabagismo, reduzir a exposição à radiação e manter uma rotina saudável com alimentação balanceada e prática regular de atividade física também são medidas preventivas recomendadas.

Check-up anual é recomendado

Mesmo em pessoas sem histórico de alterações, o acompanhamento médico deve ser feito pelo menos uma vez por ano, incluindo exame físico e avaliação laboratorial. Já pacientes com doenças diagnosticadas precisam de seguimento individualizado, com consultas mais frequentes conforme orientação do endocrinologista.

Foto: Freepik

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